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Lojas físicas bem projetadas geram mais conexão entre clientes e marcas; entenda

Laura Ré, especial para HAUS
16/02/2024 09:42
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Loja física da Hering em Ipanema, projeto arquitetônico assinado por Renata Gaia | Foto: Bruno Ryfer | Bruno Ryfer

No dia a dia atual, super conectado, as compras online se tornaram parte da rotina de muitos consumidores. A conveniência, a facilidade e o conforto na hora de comprar certamente contribuem para o avanço das “vitrines virtuais”, mas não substituem papel importante dos ambientes físicos, capazes de proporcionar uma experiência tangível e emocional que não pode ser replicada no online.
Com experiência em projetos arquitetônicos para lojas, a arquiteta Renata Gaia defende que a integração entre as experiências é fundamental para o sucesso de um espaço físico. A agilidade e a praticidade características do online devem estar também na loja física, o que, segundo ela, é possível atingir por meio da eficiência do layout, com papel fundamental do profissional que projetará os interiores, mas precisa ir além.
O arquiteto, segundo ela, deve mergulhar na essência da marca e traduzi-la em cada aspecto do espaço físico, desde o piso até a escolha dos materiais na parede, iluminação, mobiliário, layout. A ideia é fazer com que cada elemento conte a história da marca e crie conexões emocionais com os clientes, incentivando-os a visitar a loja e vivenciar experiências únicas. "Não é o caso de a pessoa ter que ir até a loja, é preciso fazer com que ela queira ir", explica Renata.
Essa percepção tem por base a experiência da arquiteta no segmento (já tendo executado projetos arquitetônicos para marcas como FARM, Shoulder e Hering), mas também insights que se originaram na edição 2024 de evento anual promovido pela norte-americana NRF (National Retail Federation), maior associação de varejo do mundo, da qual Renata Gaia participou recentemente.
Detalhe da loja da Hering em Ipanema, projetada pela arquiteta Renata Gaia | Foto: Bruno Ryfer
Detalhe da loja da Hering em Ipanema, projetada pela arquiteta Renata Gaia | Foto: Bruno Ryfer
A feira apresenta pesquisas e estudos abrangentes sobre as tendências e mudanças do mercado, inovações tecnológicas, estratégias de marketing e palestras com grandes nomes do varejo. Durante a NRF, o CEO do Walmart, Doug McMillion, por exemplo, destacou a importância de cada loja oferecer uma experiência diferenciada, transformando-as em verdadeiras "flagships" que vão além da simples transação comercial, proporcionando momentos memoráveis que incentivam os clientes a retornar.
Neste sentido, Renata cita como exemplo no Brasil a loja conceito da Dengo, em São Paulo, que oferece não apenas produtos, mas uma experiência completa relacionada à produção dos chocolates, que faz com que os clientes desejem visitar o espaço físico. Aqui, o papel do arquiteto se mostra fundamental na criação de espaços que encantem e inspirem os consumidores, tornando a loja física não apenas um local de compra, mas um destino emocionante e cativante.
Na avaliação da profissional, a tradução da marca para o espaço físico é uma preocupação constante. Em uma marca infantil, por exemplo, o uso de cores vibrantes, texturas lúdicas e materiais que remetam à infância pode criar uma atmosfera acolhedora e estimulante para as crianças e seus pais.
Além disso, a busca pelo "efeito uau" é central nesse processo de design. Os detalhes cuidadosamente pensados, seja um elemento surpreendente ou um acabamento delicado, são fundamentais para criar essa sensação de encantamento e fazer com que os clientes se sintam conectados à marca de uma maneira única.