Rumo aos 100 anos

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Electrolux investe R$ 700 milhões em obras de sua primeira fábrica sustentável; conheça o projeto

Sharon Abdalla
04/04/2024 20:31
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Primeira fase da obras tem previsão de conclusão para 2025 | Divulgação

Presente em 67% dos lares brasileiros, com as marcas Electrolux e Continental, o Electrolux Group iniciou a construção de sua nova fábrica no Brasil. Com investimento de mais de R$ 700 milhões, a planta será a primeira 100% sustentável da companhia a nível global, e tem o Paraná como local de implantação.
A escolha do Estado, localizado na região Sul, não se dá por acaso. Há cerca de 30 anos o Electrolux Group mantém outras duas unidades fabris em solo paranaense, ambas em Curitiba, além de uma em Manaus (AM) e outra em São Carlos (SP).
"Temos forte ligação com o Paraná há mais de três décadas. São duas unidades fabris e dois centros de distribuição. Com isso, a expansão do nosso parque produtivo representa a continuidade de uma trajetória que temos construído com a região", avalia Ramez Chamma, COO do Electrolux Group América Latina, em entrevista a HAUS.
Ao todo, 12 municípios paranaenses foram avaliados até a decisão de implantação do projeto em São José dos Pinhais, motivada pelas condições demográficas, logísticas e sociais do município da Região Metropolitana de Curitiba. Além disso, também foram avaliadas características do terreno, disponibilidade de infraestrutura, proximidade às plantas da capital e a integração da cidade ao hub logístico regional, que inclui o Aeroporto Afonso Pena e acesso a rodovias que favorecem o escoamento da produção.
"A construção de uma nova unidade fabril representa a ampliação da nossa capacidade produtiva e do nosso mix de produtos. Seremos ainda mais competitivos para atender o mercado brasileiro com velocidade e tornar a cadeia de valor ainda mais sustentável, com a nacionalização de novas categorias de produtos", explica Chamma, ao detalhar que, além do maior volume produtivo das linhas atuais, a nova operação permitirá a fabricação local de modelos que, atualmente, são importados.

A nova fábrica

As obras da nova fábrica envolvem hum mil colaboradores atuando na construção de cerca de 50 mil m² nesta primeira fase, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2025, tendo meta de zero carbono como objetivo.
Para isso, a atenção ao projeto de arquitetura prioriza a velocidade e eficiência da construção, aliada à redução da geração de resíduos. "O trabalho começou na seleção do terreno. Não era importante somente que a área comportasse todo o programa arquitetônico, mas que fosse predominantemente plana, livre de passivos ambientais. [...] A implantação foi pensada de forma a não implicar supressão vegetal significativa em nenhuma etapa do projeto. A característica plana do terreno foi priorizada para garantir a menor movimentação de terra possível, diminuindo a complexidade, o custo e o impacto ambiental", detalha o COO do Electrolux Group América Latina.
Serão cerca de 50 mil m² construídos em terreno com mais de 1,5 milhão de m² | Divulgação
Serão cerca de 50 mil m² construídos em terreno com mais de 1,5 milhão de m² | Divulgação
A obra estrutural será realizada com métodos construtivos industrializados, mesclando pilares em concreto pré-fabricado e estrutura metálica na cobertura. Para garantir a flexibilidade dos espaços, os vãos estruturais foram padronizados e os fechamentos serão modulares e reutilizáveis. O telhado, por sua vez, foi disposto de maneira a permitir a expansão da fábrica, e conta com elementos prismáticos para maximizar a entrada de iluminação natural e, consequentemente, reduzir o consumo de energia elétrica, oriunda de fontes renováveis, que inclui a instalação de um parque solar. O uso racional dos recursos naturais também se estende à água, a partir da coleta e reutilização de águas das chuvas nas descargas e utilização de equipamentos que reduzem o consumo.
Além disso, foram realizadas simulações de carga térmica para otimizar soluções de ventilação e climatização dos espaços de forma a garantir conforto aos colaboradores durante a operação, que possui pontos críticos de geração de calor.
"Essas simulações são exemplo das atividades desenvolvidas em busca da certificação LEED [Leadership in Energy and Environmental Design], com a meta Gold nas áreas produtivas e Platinum nas administrativas. As estratégias adotadas [para isso] dividem-se em sete eixos: materiais e recursos, construção lean [construção enxuta], zero aterro, zero emissões de CO² no processo produtivo, energias renováveis, gestão de águas e eficiência energética", explica Chamma.

Acessibilidade, conforto e inclusão

A facilidade de circulação dos colaboradores dentro do complexo, aliada às necessidades do processo fabril, foi outro ponto de atenção e orientou o projeto de arquitetura no sentido de minimizar a verticalização dos espaços e dimensionar os corredores de forma a permitir a livre circulação de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Nas áreas sanitárias, foram adotadas unidades multigênero. As mulheres lactantes, por sua vez, contarão com espaço destinado à coleta e armazenamento do leito materno com privacidade e conforto.
Instalação de parque solar e reaproveitamento d'água são algumas soluções voltadas à sustentabilidade da planta fabril | Divulgação
Instalação de parque solar e reaproveitamento d'água são algumas soluções voltadas à sustentabilidade da planta fabril | Divulgação
A arquitetura brasileira é reverenciada no projeto das áreas de apoio administrativa, que adotam elementos como cobogós, concreto aparente e coberturas transparentes que dão leveza à edificação e criam amplitude espacial conectando o espaço interno ao externo. Neste último, há um jardim de convivência com horta e espelho d'água para uso dos colaboradores, além de uma área de preservação permanente que corresponde a 20% dos mais de 1,5 milhão de m² do terreno, promovendo a biofilia, a biodiversidade e a regulação microclimática.
"[Isso] reforça o compromisso com a sustentabilidade, um dos grandes norteadores do Grupo", aponta o COO do Electrolux Group América Latina. "Desde 2021, a Electrolux possui um dos refrigeradores top freezer mais eficientes do mercado (47% de redução em consumo energético), sendo a marca que mais coloca equipamentos A+++/A++, contribuindo [também] com a eficiência de uso de energia dos consumidores. [...] A companhia já utiliza, anulamente, aproximadamente 3 mil toneladas de plástico reciclado em seus eletrodomésticos somente no mercado brasileiro. Além disso, tem a meta de usar globalmente, no mínimo 50% desse tipo de resina em suas linhas até 2030", exemplifica.

100 anos de Brasil

O investimento de mais de R$ 700 milhões na implantação da nova fábrica, que contempla também a ampliação do porfólio de produtos, acontece na véspera de outro marco importante da companhia: a celebração do centenário da Electrolux no Brasil, em 2026, ano para o qual está prevista a conclusão da segunda fase da construção da planta de São José dos Pinhais.
A empresa não abre as metas de crescimento previstas até lá, mas assegura que continuará investindo em tornar suas operações e a cadeia de valor cada vez mais sustentáveis e eficientes, democratizando tecnologias de menor impacto ambiental em seus produtos para levar hábitos mais sustentáveis para a casa dos consumidores.
"Investir na nossa marca em toda a região da Amércia Latina para ampliar nossos diálogos com o consumidor e, claro, olhar sempre para nossos colaboradores e comunidades no entorno, investindo em desenvolvimento e capacitação", acrescenta Chamma.

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