Tradicional no calendário do design nacional, a MADE - Mercado, Arte e Design chega a sua 11ª edição em 2023. Pelo segundo ano consecutivo, a mostra será realizada no novo Complexo Pacaembú, de 1º a 4 de junho, concomitantemente à ArPa, feira de arte.

Neste ano, mais de 50 designers participarão da mostra, apresentando projetos e produtos executados com as mais variadas matérias-primas, da madeira ao vidro, da cerâmica à fibra natural. A curadoria, assinada por Waldick Jatobá e Bruno Simões, sócios da MADE junto de Elcio Gozzo, traz estreantes na mostra, como o reconhecido Estúdio Campana, além de Andreas Anwander, Ateliê Chico Margarita, Estúdio Fabiano Salbego, Studio Simbiose, Marcenaria Takahashi, OBJ Estúdio, entre outros.

Já entre os veteranos na exposição estarão presentes nomes como: am.o atelier, Arc Esthetic, Estúdio Carol Gay, Estúdio Dentro, Molu Design, Papelaria, Philipe Fonseca, Suka Braga, Tiie Design, Vinicius Siega.

A cenografia, que faz referência ao elemento terra, é assinada por Bruno Simões e marcará o percurso expositivo a partir do uso de materiais fluidos como papelão e tecidos de tons terrosos. “Mantivemos o formato intimista da última edição, mas limitamos o número de profissionais para deixar as pessoas mais à vontade para se aprofundarem no trabalho desenvolvido por trás de cada obra”, conta Waldick Jatobá, sócio e um dos curadores da MADE, em nota.

Um dos maiores nomes do design e da arquitetura nacionais, Paulo Mendes da Rocha, falecido em 2022, será homenageado na 11ª edição da MADE por meio do projeto Paulistano Xingu.

Iniciado em 2019 por Naná Mendes da Rocha, filha do profissional, ele será apresentado ao público durante os dias de realização da feira como resultado de uma investigação em design que tinha por objetivo a realização do desejo inicial de Rocha quando da concepção da Cadeira Paulistano, uma das peças-ícones com sua assinatura: utilizar capas de tecido com fibras naturais produzida pelos indígenas. Neste caso, pela aldeia Kamayura, localizada no Alto Xingu, tramadas pelos artistas Itsaru Kamayura, Kaiti Kamayura, Mamalu Kamayura, Yakwakalu Kamayura e Yakmairu Kamayura com fibra de buriti.

“Considerando o desejo do meu pai no projeto original para criar uma capa da cadeira Paulistano em parceria com indígenas, tivemos a vontade de testar a possibilidade com eles. O cacique Kotok Kamayura se animou com a ideia e tramamos juntos este projeto, que durou mais de quatro anos para ser concluído e finalmente será apresentado ao público”, explica Naná, também em nota.

Durante os dias de exposição, serão exibidas cinco cadeiras com capas tecidas por pessoas distintas, sendo que cada uma carrega o processo coletivo, parte de sua cultura, mais ainda a singularidade de quem as tramou.

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