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Indústria moveleira encerra 2023 com queda na produção, mas consumo dá sinais de resiliência

Redação
11/03/2024 17:33
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Os indicadores de fechamento do ano (com os dados completos de janeiro a dezembro) foram divulgados pela Abimóvel. | Pixabay

O setor moveleiro no Brasil encerrou 2023 com queda acumulada de 1,3% em volume produzido, chegando a 398 milhões de peças fabricadas (entre mobiliário e colchões) contra 402,6 milhões de 2022. Já em termos de faturamento, a baixa foi menos intensa, ficando em -0,5%, fator que indica um ambiente desafiador, mas com indícios de estabilidade financeira. 
Os indicadores de fechamento do ano (com os dados completos de janeiro a dezembro) foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) a partir de estudo exclusivo realizado pelo IEMI, que traz tanto um panorama da produção quanto do consumo no mercado interno, além de exportações e importações, emprego, investimentos e varejo.
Conforme a entidade, o cenário anual foi impactado por um primeiro semestre marcado por ajustes políticos somados à inflação, juros altos e restrições no acesso ao crédito, entre outras questões que afastaram o consumidor das lojas. Já na segunda metade do ano, a indústria brasileira de mobiliário exibiu sinais de recuperação, acompanhando melhoras pontuais da economia nacional.
Apesar da queda produtiva, destaca-se na conjuntura o fato de que o consumo interno de móveis e colchões demonstrou resiliência. Foi registrado aumento acumulado de 0,1% no ano, o que aponta para uma reestabilização da demanda no país.
Por outro lado, a entidade setorial levanta alerta sobre a participação crescente dos importados no consumo aparente, que chegou a 5,6% em dezembro, fechando 2023 com média de 3,6%. O comportamento, no entanto, não afetou a balança comercial do segmento, que seguiu positiva, com superávit de quase US$ 501 milhões.
Ainda no comércio exterior, as exportações moveleiras tiveram um ano aquém das expectativas, acumulando perda de 11,4% de janeiro a dezembro de 2023 frente igual período de 2022. As vendas para fora foram impactadas especialmente pela queda na demanda de mercados como os Estados Unidos (maior importador de móveis brasileiros), impactados por políticas locais de elevação de juros para combate à inflação e outros desafios do consumo pós-pandemia.
Para fechar o panorama geral do segmento, o ano foi de queda no pessoal ocupado na indústria moveleira (com acumulado de -3,7% no ano) e os investimentos no chão de fábrica também recuaram (11,3%).
Na avaliação do presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, o fechamento de 2023 demonstra potencial de recuperação, apesar dos desafios econômicos e produtivos enfrentados. “A reestabilização no consumo interno e a manutenção de uma balança comercial positiva são indicativos de que, embora o caminho à frente possa ser árduo, há fundamentos sólidos para crescermos, nunca nos esquecendo da necessidade de investir na inovação, na sustentabilidade e na conquista de novos mercados”, complementa.

Cenário e expectativas

Em 2024, dados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de fevereiro mostram que empresários de 25 dos 29 setores industriais analisados estão confiantes, com exceção de quatro setores, que incluem o de madeira e também o de móveis, sendo este último o único a retroceder em seu nível de confiança no fechamento do primeiro bimestre deste ano (47,1 pontos, abaixo da linha de confiança dos 50 pontos) conforme pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Diante desse cenário, a Abimóvel vem defendendo medidas de incentivo à indústria brasileira de móveis e conduzindo conversações com o Governo Federal para a desoneração da folha de pagamento no setor e a inclusão dos móveis no financiamento de programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo.

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