Urbanismo
Curitiba se veste de crochê para o Moda Documenta

Prédio histórico da UFPR recebeu as cores da grande peça em crochê. Foto: Samira Neves/ACS UFPR
Fios em acrílico e mãos talentosas conseguiram unir dois conceitos que parecem não ter muito a ver: moda e urbanismo. A face mais visual do 6º Seminário Moda Documenta e 3º Congresso Internacional de Memória, Design e Moda, que começam nesta quinta-feira (12) e seguem até o próximo sábado (14), são os trabalhos em crochê que destacam e enfeitam alguns pontos de Curitiba, mais de dez. Resultado do trabalho do Coletivo Mãos Urbanas.
Os eventos, de caráter técnico-científico, integram as ações educativas do Museu da Indumentária e da Moda, o MIMo. O Moda Documenta integra a Semana de Museus — organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) desde 2003 em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, em 18 de maio. São diversas atividades, como mesas redondas, conferências, palestras, minicursos, exposições, estúdios abertos de designers/estilistas, lançamentos de livros e um bazar.

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Esta é a primeira vez que o Moda Documenta sai de São Paulo. Em Curitiba, ele está sendo realizado em parceria com a UFPR, através do Programa de Pós-Graduação em Design. “Não temos uma tradição profunda em moda, mas esta é uma pedrinha na construção de Curitiba como um novo cenário”, diz Valéria Tessari, uma das organizadoras do evento e doutoranda em Design pela UFPR. A ideia, ao fazer as intervenções de crochê, foi “marcar” os lugares nos quais o evento será realizado.

O grupo tem dois objetivos. Para quem vem de fora, segundo Valéria, é mostrar que há produção de moda em Curitiba e para quem mora aqui, movimentar a cidade e destacar pontos históricos. Ela cita o caso do museu Alfredo Andersen, que fica na Rua Mateus Leme e algumas pessoas nem sabem. “Pode ser que o morador ou quem trabalha perto dele não saiba que ali é um museu. Com a intervenção, ele pode se dar conta disso”, explica.

As intervenções foram desenvolvidas por equipes de voluntários, responsáveis pelo design da peça, confecção e instalação. As linhas Círculo doaram 400 novelos de lã. Em cada local há um cartaz de identificação, registrando a participação de cada pessoa no trabalho, além de informar o motivo da instalação, a conexão com o evento Moda Documenta e os nomes das pessoas que confeccionaram cada peça.

A princípio, as peças em crochê eram para o Moda Documenta, mas o grupo se “empolgou”, conta a jornalista Iris Alessi, que também faz crochê. Assim, surgiu há cerca de seis meses o Coletivo Mãos Urbanas. “O mais legal é que o coletivo reúne crocheteiras de meses e de muitos anos”, diz. O crochê pode ser visto na Bicicletaria Cultural, Casa Hoffmann, Estúdio Coletivo/Prédio Anita, Heroína/Alexandre Linhares, Livraria Vertov, Memorial de Curitiba, Milho Guerreiro, Museu Alfredo Andersen, Museu Paranaense, Novo Louvre, Suiane Maria, UFPR (prédio histórico e reitoria).

Serviço: mais informações sobre o evento você encontra aqui.
* especial para a Gazeta do Povo.