Você já ouviu falar da Pilea peperomioides? Com estrutura simples e minimalista, ela virou um hit e invadiu projetos de decoração e paisagismo na Europa e nos Estados Unidos. A novidade é que agora ela chega em terras brasileiras e já está ganhando o coração e as casas dos amantes das plantas.
“Com a tendência minimalista, as pessoas começaram a se interessar mais pela Pilea, pois é uma planta muito bonita, que tem uma estrutura simples, com as folhas perfeitamente arredondadas”, observa Sophia Louise Karl Queiroz, engenheira agrônoma do SLK Atelier.
Segundo a especialista, a espécie é muito recente. Na década de 1940, um missionário norueguês a levou da China para a Europa, e apenas nos anos 1980 é que ela foi catalogada. A história rendeu um de seus muitos nomes populares: “planta missionária”. Ela também é conhecida como “planta do dinheiro chinês”, “planta da moeda”, “planta OVNI” e “planta Ufo”, devido às folhas redondas, que lembram moedas ou mesmo discos voadores.
A planta vem ganhando espaço no mercado brasileiro. “Tem crescido essa valorização das folhagens e plantas que não produzem flores. Por isso, a Pilea está conquistando o público”, acredita Fabiano de Bruin, empresário rural e responsável pela Qualiflora – empresa que trouxe a espécie para o Brasil. A Pilea produz flores brancas muito pequenas, que não são consideradas ornamentais. O que chama a atenção na espécie são mesmo suas folhas e sua estrutura.
“Ela nos leva de volta à casa das nossas avós e tias. É uma planta simples, mas que rouba a cena em ambientes e arranjos porque tem uma forma natural, despojada, com um ar caseiro. Acredito que seja por isso que ela conquista a todos. Virou mesmo uma febre”, afirma Márcia Carazzai, proprietária da Agapanthus Floricultura.
Da família das suculentas, a espécie apresenta boa resistência em ambientes internos e necessita apenas de cuidados básicos. Ela também é amigável para animais domésticos. “Apesar de não ser comestível, essa espécie não é tóxica para pets e crianças”, orienta Sophia. Confira as dicas dos especialistas para manter a sua Pilea sempre saudável.
Muita luz
Indicada para o cultivo em ambientes internos, à meia-sombra, a Pilea precisa de muita luz indireta – ou seja, cuidado com o sol! “Se ela pegar sol diretamente, as folhas irão queimar e ficar enrugadas”, explica Sophia Queiroz. Além disso, se ela ficar próxima a uma janela ou local onde a incidência de luz é maior em um dos lados, é preciso rotacionar a planta.
Desta forma, ela mantém a sua estrutura arredondada, que lembra um globo. “Sem a rotação frequente, a Pilea pode crescer torta em busca de luz. Girar o vaso cerca de ¼ de volta, uma vez por semana, é suficiente para que ela mantenha a estrutura uniforme”, ensina Fabiano de Bruin, da Qualiflora.
Água na medida certa
Essa espécie não tolera o solo encharcado. Portanto, a rega deve ser feita em torno de duas vezes na semana. “Não existe receita de bolo, é preciso observarmos bem a planta porque tudo vai depender do ambiente em que ela está. Tem que olhar sempre o substrato: se ele estiver úmido, não é preciso regar. Um dos principais problemas com a Pilea é o excesso de água, pois apodrece o caule e as raízes”, alerta Sophia.
Outra dica importante é: pulverizar água nas folhas uma vez por semana. Mas não sem antes limpá-las com cuidado. “Como tudo em casa, as plantas também acumulam poeira. É preciso retirar o pó que acumula na superfície das folhas”, explica a engenheira agrônoma.
Solo bem drenado
Como a Pilea não gosta de solo muito molhado, é preciso que o substrato seja bem drenante. Para isso, Sophia indica utilizar duas partes de terra vegetal para uma parte de areia. E, embora possa parecer óbvio, a especialista alerta: “sempre usar areia própria para jardinagem ou areia para construção civil. Nunca utilizar areia da praia, pois a quantidade de sal é altamente prejudicial às plantas”. Apesar de ser indicada para cultivo interno, em vasos, a espécie não costuma “brigar” com outras plantas num mesmo canteiro. Mas, no jardim, ela não pode pegar sol e não tolera geada nem temperaturas extremas – tanto no frio quanto no calor.
Nutrição correta favorece crescimento
A engenheira agrônoma, Sophia, e o produtor da Pilea, Fabiano de Bruin, indicam a utilização do fertilizante químico padrão NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), que pode ser encontrado em qualquer garden center. A aplicação, no entanto, deve ser feita apenas no período do verão e da primavera, pois no inverno a planta entra numa espécie de hibernação e a fertilização pode ocasionar uma “overdose” de nutrientes.
De acordo com Sophia, o NPK também pode ser substituído por fertilizantes naturais, como matéria orgânica oriunda da compostagem ou húmus de minhoca. “Com a adubação correta, a Pilea se propaga facilmente. Ela produz vários ‘filhotes’ em volta dela, na base, o que possibilita distribuir mudas para várias pessoas”, conta a especialista. Aliás, vem daí mais um dos nomes populares da espécie: “Planta da Amizade”, pois é possível presentear conhecidos com plantas originadas da sua.
Livre das pragas
A Pilea não precisa de podas, mas as folhas que amarelarem naturalmente podem e devem ser retiradas. Com o tempo e com a retirada das folhas velhas, o caule vai crescendo e ela ganha o aspecto de uma pequena árvore.
Se a planta for atacada por alguma praga, as folhas doentes também devem ser retiradas. Segundo Sophia, a praga mais comum na Pilea é o pulgão. “Se você ver os bichinhos na planta, é bom fazer a
remoção manual deles, com um cotonete ou mesmo com o dedo. Para tratar, podemos utilizar óleo de neem 2%, conforme indicação do fabricante, ou fazer uma calda caseira”, explica a engenheira agrônoma.
remoção manual deles, com um cotonete ou mesmo com o dedo. Para tratar, podemos utilizar óleo de neem 2%, conforme indicação do fabricante, ou fazer uma calda caseira”, explica a engenheira agrônoma.
Receita da calda para cuidar da Pilea
Ingredientes:
– 1 litro de água;
– 1 colher de sopa de sabão de coco ralado.
– 1 litro de água;
– 1 colher de sopa de sabão de coco ralado.
Modo de preparo e aplicação:
– Diluir bem o sabão na água, até que a mistura
fique homogênea;
– Pulverizar uma vez por semana, durante um
mês, na planta doente.
– Diluir bem o sabão na água, até que a mistura
fique homogênea;
– Pulverizar uma vez por semana, durante um
mês, na planta doente.
*Especial para a HAUS.