Estilo & Cultura
Conheça casas diferentes que são destaque na paisagem de Curitiba
Castelinho do Alto da XV: construção em estilo neomedieval é cópia de casa alemã. Fotos: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
Os curiosos certamente não deixam escapar aos olhos a peculiar casa redonda da Rua Padre Agostinho, ali próximo ao cruzamento com a Alameda Prudente de Moraes. São duas construções circulares, com a lateral em vidro. E o que mais atiça a imaginação é pensar como o interior é distribuído e de que forma os móveis podem ficar apoiados em paredes curvas?
Movidos pelo interesse, a reportagem da Haus bateu à porta do engenheiro mecânico Sérgio Granato, 53 anos.
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Ele é filho de Emílio Granato, médico patologista que na década de 1970 sonhou ter uma casa especial. “Esse projeto foi feito há 40 anos, o cliente queria uma casa diferente e resolvemos fazê-la redonda”, lembra Eli Loyola, arquiteto e dono da ideia. No primeiro círculo ficam as áreas sociais e no módulo ao fundo as suítes e uma área de convivência. A casa foi entregue com mobiliário sob medida, acompanhando o formato das paredes.
Emílio, hoje com 80 anos, deixou o imóvel para o filho mais velho, Sérgio, que recorda os tempos áureos. “Minha mãe cuidava bem das floreiras, era tudo impecável.”
Emílio, hoje com 80 anos, deixou o imóvel para o filho mais velho, Sérgio, que recorda os tempos áureos. “Minha mãe cuidava bem das floreiras, era tudo impecável.”
Castelo do Alto da XV
Como a casa sonhada por Granato, há outras construções inusitadas na cidade. Um exemplo é a residência, atualmente disponível para locação, que fica na esquina das ruas General Carneiro com a Benjamin Constant, no Alto da XV. “São quatro andares de uma construção com traços de uma arquitetura neomedieval, com janelas arqueadas e base em pedra”, analisa a professora de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Beatriz Correia. O proprietário é o médico aposentado Diether Henning Garbers, 85 anos.
Como a casa sonhada por Granato, há outras construções inusitadas na cidade. Um exemplo é a residência, atualmente disponível para locação, que fica na esquina das ruas General Carneiro com a Benjamin Constant, no Alto da XV. “São quatro andares de uma construção com traços de uma arquitetura neomedieval, com janelas arqueadas e base em pedra”, analisa a professora de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Beatriz Correia. O proprietário é o médico aposentado Diether Henning Garbers, 85 anos.
Construída em 1927, a casa foi feita a pedido do pai de Diether, o comerciante João Garbers. Para uma família de três filhos a casa é bastante confortável, com diversos ambientes de convivência e seis quartos. Durante muitos anos o “castelinho” do Alto da XV fez sucesso. “Era uma casa tradicional. Na época era o Palacete dos Leões, o Castelinho do Batel, e a nossa casa”, recorda.
Casa revolucionária
As pichações e a vegetação que ocupam a fachada fazem a construção na Rua Jaime Reis passar (quase) despercebida. Perto do viaduto da Martin Afonso, a casa da década de 1930 é apontada entre os moradores da região como estranha e até bizarra. “Eu diria que essa construção é revolucionária”, defende a professora Beatriz.
As pichações e a vegetação que ocupam a fachada fazem a construção na Rua Jaime Reis passar (quase) despercebida. Perto do viaduto da Martin Afonso, a casa da década de 1930 é apontada entre os moradores da região como estranha e até bizarra. “Eu diria que essa construção é revolucionária”, defende a professora Beatriz.
O que poucos sabem é que a residência sem telhado e pórticos na laje é considerada a primeira casa modernista de Curitiba, inclusive para o Patrimônio Cultural do Estado, que a tombou em 1991.
Quem a projetou foi Frederico Kirchgassner, exímio desenhista alemão, que se formou em arquitetura e artes plásticas por correspondência. Kirchgassner e sua esposa, a pintora Hilda, moraram durante anos no exótico imóvel. Atualmente Arwed Baldur, filho de Kirchgasser, mantém a casa em ordem.
Para a docente, no entanto, não há traços evidentes das construções modernistas. “Há alguns elementos que lembram o art déco, mas sendo assimétrica, é difícil classificá-la”, esclarece. O que é certo é que seu formato causou impacto em uma Curitiba tradicional.