Design

Curitibanas estão entre as vencedoras do 1º Prêmio de Design Instituto Tomie Ohtake

Luciane Belin*
24/01/2019 17:59
Thumbnail

Tesse – capa protética, assinada por Ana Cristina Cabral Wasen e Heloísa Seratiuk Flores (UFPR), foi uma das vencedoras da primeira edição do prêmio. Foto: Divulgação

O Instituto Tomie Ohtake Leroy Merlin divulgou nesta quarta-feira (23) os nomes dos três vencedores do 1º Prêmio de Design da entidade, durante o evento de abertura da exposição que apresenta os 20 projetos selecionados pela premiação.
Os trabalhos vencedores da primeira edição foram o Amana – Umidificador de Ar, proposto por Rafael Alves Monteiro (UFC-CE), a Composteira Residencial, de Julia Ries (PUC-RJ), e a Tesse – capa protética, assinada por Ana Cristina Cabral Wasen e Heloísa Seratiuk Flores (UFPR-PR).
Curitibanas e recém-formadas em Design de Produto pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Cristina e Heloísa inscreveram para o prêmio o projeto que desenvolveram para seu trabalho de conclusão de curso, uma capa protética para amputados.
“A nossa vontade era de fazer uma prótese de perna de baixo custo e que pudesse ser usada como acessório. Por restrições de tecnologia da universidade e tempo, nós acabamos fazendo uma capa protética, para ajudar na reabilitação não só física, devolvendo o volume do membro perdido, como psicológica, como um meio de expressão pessoal do paciente, uma forma para ele ou ela expressar sua individualidade e expor essa parte do que agora é seu corpo, uma prótese, com orgulho”, explica Heloísa.
Tesse - capa protética criada pelas estudantes Ana Cristina Cabral Wasen e Heloisa Seratiuk Flores, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi uma das vencedoras do prêmio. Foto: Divulgação.
Tesse - capa protética criada pelas estudantes Ana Cristina Cabral Wasen e Heloisa Seratiuk Flores, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi uma das vencedoras do prêmio. Foto: Divulgação.
A capa, batizada de Tesse, pode ser inteira feita por corte a laser e impressão 3D e o objetivo é que ela possa ter seu projeto compartilhado na internet, para que cada usuário consiga personalizar a sua.”Ela é 100% personalizável e se encaixa em uma diversidade de próteses e modelos diferentes. A tecnologia que implementamos na parte exterior pode ser aplicada em chapas de uma diversidade de materiais, como plástico, madeira, metal, entre outros. Uma vez cortados, eles ficam flexíveis e tomam o formato do membro perdido com ajuda das peças interiores feitas por impressão 3D. E o custo de produção total delas, dependendo do material, fica entre 200 e 400 reais”, complementa.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Ana explica ainda que, para o prêmio, as designers de produto desenvolveram uma linha de capas com o tema Florescer. “Fizemos [opções] personalizadas para três mulheres com amputações e personalidades bem diferentes”, diz.

Criatividade e inovação

Feito com barro ou argila, o umidificador Amana é portátil e usa referências indígenas locais no conceito e no design. A ideia é resfriar e umidificar o ambiente com um produto compacto, elétrico e de baixo custo.
Amana: um umidificador de ar, desenvolvido por Rafael Alves Monteiro, da UFC, foi um dos vencedores.
Amana: um umidificador de ar, desenvolvido por Rafael Alves Monteiro, da UFC, foi um dos vencedores.
A Compostela, por sua vez, é um produto elétrico que otimiza o processamento do lixo orgânico e reduz 70% do volume do resíduo inicial. Com estrutura compacta, que se adéqua a espaços pequenos, é feito com materiais reciclados e tem display digital.
Projeto de composteira residencial, a Compostela foi desenvolvida por Julia Ries, da PUCRJ. Foto: Divulgação
Projeto de composteira residencial, a Compostela foi desenvolvida por Julia Ries, da PUCRJ. Foto: Divulgação
Uma menção honrosa foi concedida também ao projeto FLUTUA, de Luiza Dalvi e Rayssa Carvalho, com a colaboração de Isabela Magro, Rodrigo Pereira, Ariane Freitas e Alexandre Machado (UFU-MG). Flutua são estruturas infláveis feitas a partir de sacos plásticos de reuso soldados com ferro a vapor. O projeto tem como produto final intervenções urbanas instaladas em ambientes públicos.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Design para o bem social

Com a proposta de incentivar o uso social do Design, o prêmio abdicou do uso de categorias e instituiu o uso de temas para cada edição. A estreia da premiação teve 127 candidatos inscritos, vindos de 16 estados diferentes.
O Prêmio de Design recebeu projetos de estudantes universitários e recém-formados de áreas diversas, com a ideia de premiar propostas que destacassem a relação do design com outros campos. O objetivo é incentivar o diálogo do design com outras áreas, instigando a criação de soluções inovadoras para desafios sociais contemporâneos.
Os premiados serão contemplados com cursos livres de Design em três instituições europeias: University of the Arts London – Reino Unido, IED (Istituto Europeo di Design) Barcelona – Espanha e IED (Istituto Europeo di Design) Florença – Itália.
A mostra com os projetos selecionados fica em cartaz até dia 10 de março no Instituto Tomie Ohtake, de terça a domingo, das 11h às 20h, na Av. Faria Lima 201, Complexo Aché Cultural, em São Paulo (SP).
*Especial para Haus

LEIA TAMBÉM