Design
BRADA: design autoral brasileiro ganha associação e selo próprio para valorização e fortalecimento
Cadeia produtiva lança BRADA, associação para proteção e educação para o consumo do design autoral. Na imagem a icônica poltrona Mole, de Sergio Rodrigues. | LinBrasil
A programação da DW! Semana de Design de São Paulo contou nesta segunda-feira (18) com um marco importante para o setor: o lançamento da BRADA - Associação Brasileira de Design Autoral. Em evento realizado na Roca Gallery, a gestão apresentou a entidade aos convidados e, mais do que isso, defendeu a necessidade de se educar a sociedade para o consumo do design, frente à crescente produção e comercialização de cópias, tanto de grandes ícones do design mundial como de profissionais contemporâneos.
"Após muitos anos trabalhando com Sergio Rodrigues, vi a necessidade de unir as pessoas para termos força no judiciário e conseguirmos deixar as leis de direito autoral para o design brasileiro mais claras para todos", aponta Gisèle Schwartsburd, diretora presidente da BRADA e proprietária da LinBrasil, licenciada Sergio Rodrigues, ao comentar sobre os fatores que levaram à criação da entidade.
Assim, a BRADA nasce com o objetivo de se tornar um "coletivo democrático de luta pelo design autoral brasileiro", nas palavras de Renata Buffara, advogada e diretora vice-presidente da associação. A iniciativa reúne designers, licenciadores, licenciados, fabricantes, revendedores, críticos e estudantes para a promoção e a difusão da legislação referente ao direito autoral e à propriedade intelectual sobre o design produzido no país (a Lei nº 9.610/1998).
"A associação vem num bom momento, no qual vemos o amadurecimento do mercado de design no Brasil. [...] Nós já tivemos uma pecha muito forte de copiadores, [e hoje] temos designers tão competentes, com uma capacidade criativa tão forte. É isso o que precisamos mostrar", avalia Adélia Borges, curadora, historiadora e crítica de design.
Adélia, que também integra o conselho consultivo da BRADA, aponta a união cada vez mais expressiva entre os setores produtivo e criativo, mas reforça que ela deve ir além e envolver toda a cadeia: partindo do designer, passando pela indústria, lojistas, mídia até os consumidores finais.
"Quem são os consumidores? Todos nós, e nós precisamos aprender coletivamente a exercer o consumo dentro da dimensão de cidadania, ou seja, não valorizar as cópias, não valorizar o que não está adequado ao respeito à criação das pessoas. Esse é um movimento que surge em boa hora e que vai envolver a todos nós dentro dessa defesa da propriedade intelectual no campo do design", corrobora.
Chancela
Além da união de forças para o reconhecimento, valorização e respeito à legislação referente ao direito autoral e à propriedade intelectual, a BRADA também se propõe a atuar na educação e conscientização do público para o consumo do design autoral. Para isso foi criado um selo homônimo, que irá identificar trabalhos autorais originais e representar uma chancela aos profissionais assim como às indústrias e aos lojistas que fabricam e comercializam tais produtos. "Convido todos os designers, lojistas, indústrias e fabricantes que investem em design original, autoral, a conhecerem a BRADA", finaliza Gisèle.