Técnicas artesanais renascem nas mãos de jovens talentos do design
Tapeçaria feita a mão pelo português André Teoman no Salão Satélite de Milão de 2017. Fotos: Divulgação
A tradição da cultura artesanal renasce no design de mobiliário. Técnicas catalãs de trabalho com a palhinha, maneiras asiáticas de tratar a cerâmica, o esmero dos trançados portugueses e a ginga da madeira quando bem trabalhada. A retomada de todo esse conhecimento vem de jovens nomes do design do mundo todo que marcaram presença no Salão Satélite, mostra do Salão do Móvel de Milão dedicada aos novos talentos, que este ano comemora 20 anos.
Mas não é uma simples continuação da sabedoria das vovós. O resgate vem aliado de reinterpretações. Palhinha e madeira que ganham leveza com espessuras finíssimas, tramas que dão vida a peças lúdicas e surpreendentes. Couro costurado em outras estruturas de maneira quase imperceptível ou pedras naturais que assumem aspectos não esperados.
Como explica Cinzia Baldelli, diretora de produtos para casa da famosa loja de departamento Rinascente que apoia o evento, há um retorno claro ao passado. “A gente começa a abandonar o minimalismo que veio com força nos anos 2000. As pessoas querem produtos que tenham história, que tragam calor, mas que também sejam divertidos”, defende.
Este ano o Brasil não teve um nome em destaque, mas o país foi representado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo na área dedicada a universidades e faculdades. No entanto, em comemoração aos 20 anos da mostra, o Brasil foi triplamente homenageado em um tributo da organização do evento, que trouxe peças icônicas de designers de sucesso descobertos ao longo dos anos pelo Salão Satélite para uma exposição adicional.
Nossos destaques foram o Sofá Kaos, de Pedro Franco, para A Loto f Brasil, a Poltrona Pirarucu, de Sérgio Matos, e as prateleiras Mr. Burton, de Wagner Archella, para Alle Design e Indústria.