Arquitetura

Sem espaço em Curitiba, Lerner promete revolucionar transporte de SP

Luan Galani
10/05/2017 20:23
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Foto: Divulgação | Rafael Dabul

O arquiteto Jaime Lerner, 79 anos, conhecido mundialmente pelas soluções que levaram Curitiba a protagonizar uma revolução urbana de 1970 a 1990, contou em entrevista exclusiva a HAUS sua intenção de mudar o atual sistema de transporte no centro de São Paulo.
A declaração sobre a requalificação do centro da capital paulista, projeto para o qual seu escritório foi contratado, foi dada na noite desta terça-feira (9) antes de evento da Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann que levou a leilão uma poltrona de edição limitada criada pelo arquiteto.
Sem espaço em Curitiba, por não ser mais chamado na capital paranaense para fazer obras públicas, Lerner tem sido disputado por diversas capitais brasileiras, como São Paulo e Porto Alegre, onde assina a revitalização do Cais Mauá e a reurbanização da orla.
Ainda não existem detalhes sobre o projeto, como confirma o escritório do arquiteto. Mas ele garante que vem novidades por aí. “Vamos apresentar em algumas semanas as primeiras ideias. Entre elas, obviamente, um novo sistema de transporte”, acena Lerner. “Uma cidade muda quando a população quer mudar. Minha tarefa é propor cenários que todos entendam como desejáveis. Eles vão ajudar a fazer acontecer.”

O arquiteto curitibano foi contratado recentemente pela gestão de João Doria (PSDB) em uma parceria da administração municipal de São Paulo com a iniciativa privada. A contratação é financiada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e prevê projetos de revitalização para vários pontos da cidade, repensando habitação, paisagismo e mobilidade. Uma das áreas sobre as quais Lerner está se debruçando é a Cracolândia, entre a Rua Helvétia, o Largo Coração de Jesus e as Alamedas Piracicaba e Dino Bueno.

Segundo o arquiteto Paulo Kawahara, que está conduzindo o projeto da nova Operação Urbana Centro dentro do escritório curitibano, a equipe vai sugerir diversas mudanças para a prefeitura de São Paulo. “Mas a gestão pública é que vai decidir o que encampar ou não”, diz.

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