Reforma

Arquitetura

Projeto de arquitetura reforça posicionamento e amplia faturamento da grife de calçados Manolita

Cristina Seciuk e Sharon Abdalla
03/06/2024 12:59
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A evolução é uma constante em qualquer aspecto da vida, e não seria diferente quando o assunto são os negócios. E foi ela a motivação principal para a renovação arquitetônica pela qual passou a rede de lojas Manolita, marca de calçados feitos a mão com lojas em Vitória e São Paulo, além de venda online.
"Comecei a Manolita há 10 anos. O produto foi evoluindo, como toda empresa que nasce, cresce e evolui [...]. E nesse [mercado] de moda e de prestação de serviço, quando você cresce, precisa também que o ambiente faça jus, cresça junto com o produto, corresponda ao que você quer passar sobre ele", avalia Débora Leal, fundadora da grife Manolita, ao apontar os fatores que a levaram a investir em um novo projeto de arquitetura para as lojas físicas da marca.
O desejo era de que o DNA e o posicionamento dos sapatos produzidos pela Manolita estivessem refletidos no ambiente das lojas, que elas manifestassem o nível de qualidade e design dos produtos à clientela.
Projeto de arquitetura prioriza formas limpas e geométricas | Divulgação
Projeto de arquitetura prioriza formas limpas e geométricas | Divulgação
Para materializá-lo, Débora buscou a orientação do Studio Grapa, escritório dos arquitetos Gabriella Decottignies e Fernando Guimarães. "Eles fizeram as cinco lojas [...]. Eu não queria dar muito pitaco, me envolver demais no processo criativo. Queria que eles tivessem a leitura do que é o meu produto e que conseguissem traduzir o que eu buscava em termos conceituais", conta a fundadora da Manolita.
Assim, o resultado é um projeto distinto para cada uma das lojas, mas que compartilha elementos comuns que já viraram parte da identidade da marca. Entre eles estão o tom de verde das paredes - que também está presente nas embalagens dos produtos e na comunicação visual da Manolita -, texturas e formas limpas e geométricas, como conta a arquiteta Gabriella.
Parte do estoque aparente é elemento de destaque na ambientação do espaço | Divulgação
Parte do estoque aparente é elemento de destaque na ambientação do espaço | Divulgação
"Na loja da Alameda Lorena, [por exemplo,] optamos por texturas que criam uma atmosfera clean, trazem frescor e equilíbrio entre as matérias. É o caso do inox aplicado nos espelhos dos degraus em contraponto ao balcão de pedra em acabamento rústico e às cortinas e estofados de veludo, que dão toque dramático à cena", acrescenta. "O mesmo veludo de seda alemão que uso para confeccionar nossos sapatos é o que está na cortina, trouxemos ele para a arquitetura. Foi tudo muito pensado", completa Débora, da Manolita.

Planejamento e retorno

Marca possui lojas físicas em São Paulo e Vitória, além de trabalhar com vendas online | Divulgação
Marca possui lojas físicas em São Paulo e Vitória, além de trabalhar com vendas online | Divulgação
Revitalizar o espaço comercial contribui para dar novo fôlego e/ou marcar um novo momento de uma marca ou negócio, mas também requer planejamento. Afinal, como lembra Débora, ficar com a loja fechada para a realização da obra significa "dias de alugel pagos sem faturamento, sem vendas".
Neste sentido, ela reforça não só importância do planejamento financeiro para a realização da obra, mas a confiança nos profissionais e no cronograma proposto por eles para a execução do projeto de arquitetura das lojas.
"Em uma reforma comercial, você precisa ter fôlego financeiro para o começo, meio e fim, um planejamento financeiro muito correto. E o seu arquiteto também não pode brincar com você, pois às vezes ele diz uma coisa a estoura em 30, 40, 50 [dias ou porcentual de investimento previsto. Na obra de uma] casa, se estoura, você fala 'ah, vou deixar a sala para lá, depois eu faço'. No comercial, não", destaca a empresária.
No caso da Manolita, não apenas o cronograma e o orçamento foram cumpridos, como as reformas tiveram reflexos nos resultados de vendas. Segundo Débora, ele foi mais representativo nas lojas da Av. Lorena, em São Paulo, e da Praia do Canto, em Vitória, que continuam no mesmo endereço, com a mesma equipe, mas cujas relações produto por atendimento amentaram expressivamente, com as vendas acontecendo de maneira mais fácil.
"Antes a cliente entrava e comprava um produto, reclamava do preço. Hoje, ela entra na loja e leva dois, três pares sem questionar o preço, como se ela estivesse entrando em um local no qual ela esperasse aquele preço, porque o ambiente traduz isso, que está compatível", avalia a fundadora da Manolita. "Todas foram cases em que tínhamos [uma média de] faturamento, reformamos, e [essa média] subiu", reforça ela ao destacar o impacto da arquitetura no posicionamento do produto e faturamento da marca.