De arranha-céus a aeroporto gigante: as principais obras da arquitetura em 2019

O ano de 2020 bate à porta e é chegada a hora de relembrar os highlights da arquitetura de 2019. Aproveitamos este domingo (15), em que se celebra o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, que coincide propositalmente com a data de nascimento de Oscar Niemeyer, considerado o maior arquiteto brasileiro de todos os tempos, para listar os projetos que impactaram o setor e inovaram na linguagem e uso de materiais. A maioria é de edifícios localizados em Nova York, nos Estados Unidos, e diversas cidades da Ásia, em especial Beijing, na China. Confira!

Construída ao longo de quase dez anos, a usina de energia CopenHill, em Copenhague, na Dinamarca, transforma 440 mil toneladas de resíduos em energia limpa ao mesmo tempo em que fornece espaços públicos para a população. A saber, uma pista de esqui, que é incomum no país, o que obriga os dinamarqueses a sempre irem para os países vizinhos para esquiarem. A sacada foi do genial escritório BIG, do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels.

Não é a Biblioteca Pública Tianjin Binhai, de 2017, com formate de olho gigante, mas a livraria chinesa Zhongshuge também merece integrar nossa lista. Toda espelhada e muito bem iluminada para destacar os livros, que são os protagonistas, o projeto criado pelo escritório XL Muse executou com maestria o espaço para valorizar o mundo fantástico da literatura. Devido aos espelhos, a quantidade de livros dobra de tamanho!

Com um projeto que chegou a US$ 12,9 bilhões, Pequim acaba de ganhar o Aeroporto Internacional de Daxing, o segundo aeroporto internacional da capital chinesa. A obra conta com 700 mil metros quadrados e deverá ter um fluxo de 72 milhões de passageiros por ano até 2025.

Projetado pela Zaha Hadid Architects, o design do novo terminal chama a atenção. O plano arquitetônico buscou seguir princípios da arquitetura tradicional chinesa, com espaços interconectados em torno de um pátio. São seis ‘pontas’ que se ligam a um saguão central, o que fez com que o projeto recebesse o apelido de “estrela do mar” pela imprensa local.

Assinado pelo designer britânico Thomas Heatherwick, o Vessel é um monumento interativo em forma de colmeia acobreada que integra o empreendimento Hudson Yards, em Nova York. Composto por um conjunto de 154 escadas, 2,5 mil degraus e 80 patamares que lembram a linguagem de Escher, o espaço público tem 45 m de altura e oferece vistas panorâmicas de Manhattan.

Também integrante do complexo Hudson Yards, o The Shed foi outra das promissoras obras aguardadas para este ano. Assinada por Diller Scofidio + Renfro, trata-se de um espaço cultural multi-uso de quase 1,6 mil m² destinado a receber exposições temporárias. Seu grande destaque fica por conta da cobertura em vidro com 43 m de altura. Móvel, ela pode ser aberta em partes em faixas para cobrir a praça localizada em frente ao edifício, ampliando a área útil do espaço.

O remoto vilarejo de Baly, na Noruega, ganhou o primeiro restaurante subaquático da Europa. Batizado de Under, o projeto de quase 500 m² é assinado pelo renomado escritório Snohetta. A estrutura é retangular em concreto parcialmente submersa a cinco metros de profundidade. Para garantir a segurança do espaço, as paredes tem quase 1 m de espessura. Uma janela panorâmica em acrílico medindo 11 x 4 metros permite que os clientes façam suas refeições enquanto apreciam a vida marinha.

Anunciado desde 2010, o Museu Nacional do Catar finalmente ficou pronto. Assinado pelo Pritzker francês Jean Nouvel, o projeto faz referência a uma formação rochosa local, conhecida como “a rosa do deserto”, e abriga espaços destinados à pesquisa, laboratórios, restaurantes, café e lojas, além do acervo que remonta à história da nação. Os volumes dos edifícios são formados por discos encaixados que até parecem feitos de papel pela espessura mínima.

Um dos novos estádios do Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, foi inaugurado na cidade de Al Wakrah, 23 km ao sul de Doha. Batizado de Estádio Al Janoub, a obra foi a primeira a ser comissionada ainda em 2013 para o mundial que se aproxima. Será nele que acontecerão partidas até as quartas de final.

A estrutura foi desenvolvido por um dos escritórios de arquitetura mais prestigiados do mundo, o Zaha Hadid Architects (ZHA), da arquiteta iraquiana Zaha Hadid, que faleceu em 2016. Por anos o empreendimento foi alvo de críticas pelo formato, tamanho, valor e morte de trabalhadores.

A capacidade é de 40 mil cadeiras, das quais metade são temporárias e desmontáveis. Esse dinamismo na capacidade foi pensado para que o estádio tenha vida também depois da Copa, quando 20 mil lugares já são suficientes para hospedar partidas dos times locais.

Após o mundial, os 20 mil lugares temporários serão enviados para algum país em desenvolvimento que necessite de infraestrutura esportiva. A escolha de qual lugar receberá os assentos será da Fifa.