Arquitetura
Projeto de escola social brasileira é finalista de importante prêmio da arquitetura mundial
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Escola finalista do RIBA 2018 foi projetada pela Aleph Zero em parceria com o estúdio de design Rosenbaum. Foto: Leonardo Finotti / Divulgação | rosenbaum arquitetura 2017
Um escritório jovem, um designer renomado e um projeto inovador para uma escola no interior do Tocantis. A união destes três elementos fez do escritório curitibano de arquitetura Aleph Zero um dos quatro finalistas na disputa pelo Prêmio Internacional RIBA de 2018, um dos mais importantes e desejados da arquitetura mundial.
Para quem acompanha a trajetória profissional dos arquitetos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes, à frente do escritório, a notícia divulgada pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), que organiza a premiação, não foi nenhuma surpresa. Afinal, o projeto da escola construída na Fazenda Canuanã para a Fundação Bradesco em Formoso do Araguaia, em parceria com o estúdio de design Rosenbaum, coleciona honrarias ao redor do mundo. Entre elas estão o Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AzkoNobel, o Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura e o ArchDaily Building of the Year Awards, além da eleição do escritório como o mais promissor da arquitetura emergente pelo RIBA, em maio.
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“Ficamos muito surpresos [com a indicação] porque estávamos concorrendo com uma série de arquitetos que nós sempre estudamos e fomos eleitos por um júri que admiramos demais. No fundo não sabemos o que significa, porque não esperávamos. O projeto não foi feito para isso, mas sim para atender aquelas crianças, isso é o fundamental no nosso trabalho: a função social que tentamos exercer”, avalia Gustavo Utrabo. “Outro ponto que acabo repetindo, e que acho superimportante, é que os prêmios ajudam a colocar este trabalho e a arquitetura brasileira em uma discussão mais ampla, em um panorama internacional”, completa.
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Premiação
O Prêmio Internacional RIBA é bienal e tem por objetivo destacar o edifício “mais inspirador e significativo” do mundo a partir de critérios que incluem “excelência em desenho, ambição arquitetônica e impacto social significativo”. Os quatro finalistas foram escolhidos entre os 20 melhores novos prédios do mundo destacados pelo RIBA Awards for International Excellence, divulgado também em maio.
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Além do projeto assinado pelos curitibanos do Aleph Zero, concorrem um edifício construído em Budapeste, na Hungria, assinado pelo escritório irlandês O’Donnell + Tuomey, a escola de música Toho Gakuen, de Nikken Sekkei, em Tóquio, e o edifício residencial Il Bosco Verticale, em Milão, do Boeri Studio.
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“Enquanto estes quatro edifícios estão em diferentes fusos horários e continentes, como toda grande arquitetura eles compartilham qualidades comuns. Principalmente, suas sensibilidades aos entornos e suas capacidades de resposta às necessidades específicas das pessoas que irão usá-los”, destaca Ben Derbyshire, presidente do RIBA.
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O projeto vencedor será anunciado em 29 de novembro por um júri que inclui nomes como Elizabeth Diller (da Diller Scofidio + Renfro), Joshua Bolchover (da Rural Urban Framework), Gloria Cabral (do Gabinete de Arquitectura), Peter Clegg (da Feilden Clegg Bradley Studios) e Kazuyo Sejima (do Sanaa).
*Com informações do ArchDaily Brasil.