Projeto de interiores

Arquitetura

Conheça os interiores do La Mamounia: o hotel centenário considerado um dos melhores do mundo

Laura Ré, especial para HAUS
06/04/2024 11:58
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O que faz um hotel levar o título de melhor do mundo? Claro que a acomodação e os serviços de alto nível estão inclusos nesta equação, mas a arquitetura é a grande responsável por tornar a experiência ainda mais inesquecível.
Considerado o melhor hotel da África e o sexto melhor do Mundo pelo ranking The World’s 50 Best Hotels 2023, o La Mamounia existe há mais de um século e continua sendo conhecido por sua excelência em hotelaria internacional.
No ano passado, para comemorar seu centenário, o hotel, localizado em Marrakech, passou por um processo de revitalização em quatro espaços: recepção, alcovas, salão d’Honneur e galeria e lounge Majorelle. O projeto foi executado pelo designer francês Patrik Jouin e o arquiteto canadense Sanjit Manku. A dupla levou três meses e contou com o trabalho de 300 artesãos para recriar os ambientes do La Mamounia.
Antes de apresentar o projeto atual do hotel, é necessário um pouco de história sobre esta joia rara que é considerada um dos melhores destinos de hospedagem do mundo.
A entrada do hotel, considerado um dos 50 melhores do mundo | Divulgação
A entrada do hotel, considerado um dos 50 melhores do mundo | Divulgação

Histórico

Localizado no coração de Marrakech, uma antiga cidade imperial no Marrocos, o Hotel La Mamounia possui 13 hectares e está a 800 metros da praça mais célebre da cidade, a Jemaa el-Fna, que dá entrada para a medina, o centro histórico das cidades marroquinas. Antes de receber a construção, a área do hotel pertencia ao primeiro califa da dinastia dos Almohade, no século 12, com jardins desenhados pelo próprio sultão alauita Mohammed Ben Abdellah, no século 18, como presente de casamento para seu filho, o príncipe Al Mamoun - que dá origem ao nome do hotel.
A construção do La Mamounia começou nos anos 1920. Os arquitetos responsáveis foram os franceses Henri Prost e Antoine Marchisio, graças a uma iniciativa da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro, empresa estatal que, até hoje, é acionista majoritária do hotel. São 135 quartos, 65 suítes, seis suítes excepcionais e três riads (vilas típicas marroquinas), construídas ao redor de um pátio central, com 700 m², piscina privativa, três quartos e fechadas para o exterior.
Uma das suítes do hotel | Divulgação
Uma das suítes do hotel | Divulgação
Para a revitalização do centenário, o diretor-geral do hotel, Pierre Jochem, explica que o objetivo foi trazer inovação, com uma transformação mais jovem, porém resistente e leal à sua herança marroquina secular. O projeto realizado por Patrik Jouin e Sanjit Monku é carregado de elegância e aconchego, representando a tradição marroquina de hospitalidade e generosidade.

Recepção de tirar o fôlego

A recepção conta com dois salões intimistas para criar uma transição entre o lado de fora e o de dentro do hotel. Com inspiração mourisca e estilo art déco (utilizado desde o começo por Henri Prost e Antoine Marchisio), o espaço flui perfeitamente com a cultura marroquina evidenciada pelas obras de arte do salão.
Lustre centenário é considerado o coração do hotel | Divulgação
Lustre centenário é considerado o coração do hotel | Divulgação
Considerado o coração pulsante do hotel, um lustre centenário é destaque da renovação. De tirar o fôlego de qualquer um, a peça é inspirada nos adornos nômades conhecidos como tamazight, que são passados de geração em geração - uma grande homenagem às artes, às tradições marroquinas e à feminilidade berbere.

Hall da fama e passagem surreal

Salão d’Honneur | Divulgação
Salão d’Honneur | Divulgação
O lobby leva ao Salão d’Honneur e à Galeria Majorelle. O primeiro, inicialmente, era a entrada principal do La Mamounia, hoje transformado em “Muro da Fama”, com fotos de personalidades que já se hospedaram no hotel. Os típicos mosaicos marroquinos Zellije foram fonte de inspiração para os tons azuis do novo salão, e os tapetes berberes ajudam a criar uma atmosfera de tradição centenária para o espaço.
Galeria Majorelle homenageia pintura de Jacques Majorelle | Divulgação
Galeria Majorelle homenageia pintura de Jacques Majorelle | Divulgação
Já a Galeria Majorelle tem esse nome em homenagem à pintura de Jacques Majorelle, conhecido por usar amarelo e verde em suas obras. O espaço serve como caminho para os jardins, composto por vidro e luz, que cria uma atmosfera quase surreal, mas sempre com toque marroquino e de art déco. A passagem também leva ao antigo bar italiano, atual lounge Majorelle, com vista de cartão-postal das palmeiras do próprio hotel. O espaço também pode ser usado como salão de inverno que conecta as áreas internas e externas.
Área externa do lounge Majorelle | Divulgação
Área externa do lounge Majorelle | Divulgação

Alcovas com história

Considerados espaços intimistas, a decoração das alcovas remete aos oásis marroquinos feitos para relaxar. Para aperfeiçoar a experiência, Jouin e Manku desenharam grandes sofás como os sedari, encontrados no interior do Marrocos. Para intensificar a imersão marroquina, cada dormitório possui uma história, contada por meio de objetos, esculturas e fotografias históricas.

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