Vida Botânica
Sophia Louise Karl
Dicas de cuidados, espécies, curiosidades e inspirações. Na coluna 'Vida Botânica', a engenheira agrônoma paisagista Sophia Louise Karl se dedica a trazer informações sobre o maravilhoso mundo das plantas, compartilhando conhecimentos sobre como cuidar e fazer delas parceiras para trazer mais vida e bem-estar, dentro e fora de casa.
Vida Botânica
A primavera durante a primavera
A planta se adapta facilmente a vários ambientes. | Katyamaxymenko/Bigstock
No dia 23 de setembro damos início à estação mais colorida e perfumada do ano: a primavera. Em homenagem a esta estação, nesta coluna vou compartilhar algumas curiosidades da planta com o mesmo nome: a primavera (ou bougainvillea).
Com uma floração espetacular que encanta a todos, a primavera é uma planta nativa do Brasil e sua história de descoberta é bastante interessante. Em 1767, a expedição francesa, liderada por Louis Antoine de Bougainville, chegou ao Brasil, e a trepadeira cheia de flores encantou os franceses. A responsável por identificar e levar a primavera para a França foi a naturalista Jeanne Baret, que na verdade disfarçava-se de homem para que pudesse participar da expedição, já que na época estes ambientes eram somente masculinos.
Na França, a primavera foi cultivada e facilmente difundida para o restante da Europa por seu grande potencial ornamental.
Foi só com Roberto Burle Marx, o grande paisagista brasileiro, que a bougainvillea ganhou notoriedade no Brasil. Burle Marx estava no jardim botânico em Berlin, na Alemanha, e fascinou-se quando viu a primavera e ainda mais quando viu que era, na verdade, uma planta nativa brasileira. Foi assim que, aos poucos, a primavera foi ganhando os jardins ao redor do país, podendo ser cultivada em vários locais por sua grande facilidade de adaptação a diferentes tipos de ambientes.
Além da fácil adaptação, a primavera é uma planta bastante versátil no jardim, podendo ser cultivada como cerca-viva, árvore ou arbusto, e possui diversas cores: rosa, roxo, lilás, branca, laranja, amarelo e até vermelho.
Para seu cultivo, não há muitos segredos: precisam ser plantadas a pleno sol, com pelo menos 6 horas de sol direto em solo bem drenável e rico em matéria orgânica. Para estimular sua floração, é recomendado fazer podas no inverno e, no início da primavera, fazer uma adubação rica em fósforo, nutriente necessário para uma floração abundante.