A velha colcha de retalhos virou ícone fashion. E a arte de emendar sobras de tecido acabou ganhando nome chique – patchwork – e cobriu coleções de alguns dos estilistas mais badalados. O “patch” veio com a onda setentista que estacionou sobre a moda e imprimiu a estética “paz e amor” e a cara de “feito à mão” nas roupas da próxima estação. Mas a origem da técnica é bem mais antiga que os coloridos anos 70. Os homens das cavernas já faziam o patchwork à sua maneira, quando alinhavavam pedaços de pele para se proteger do frio. Até a confecção de armaduras pessoais, usadas pelos exércitos na Idade Média, seguia os passos desse trabalho, feito pelos pedaços de tecido costurados à mão ou à máquina, criando desenhos inusitados.
“Psicologicamente, a técnica acalma. Financeiramente, é um recurso para se aproveitar resíduos de confecção e, socialmente, é um agregado de condições para dar trabalho a comunidades carentes, uma vez que é relativamente barata, já que só precisa de ferro de passar, retalhos e agulha”, comenta o estilista Silmar Alves, que utilizou-se do patchwork na sua coleção de inverno. “Ele também serve pra customizar peças e dar a elas um toque artesanal, diferenciado do prêt-à-porter de massa. O que vai de encontro à tendência de individualizar e personalizar a roupa.”
E o conceito abrange ainda os acessórios, que se fazem de divertidos mosaicos em tecido e couro, e os artefatos de decoração, que incrementam a técnica com a aplicação criativa de pedraria, miçangas e bordados.