São Paulo só ganha de Nairóbi em ranking de mobilidade urbana com 31 cidades
São Paulo está em penúltimo lugar em ranking de mobilidade urbana que compara as 31 principais cidades do mundo. Foto: G1/Reprodução | ESTADÃO CONTEÚDO
Maior cidade do Brasil e centro financeiro do país, São Paulo ocupa o amargo penúltimo lugar no ranking de mobilidade urbana do estudo “Mobility Futures”, da consultoria Kantar. Entre as 31 principais cidades do mundo pesquisadas, a capital paulista vence apenas Nairóbi, a capital do Quênia, e perde até para a cidade indiana de Mumbai.
Berlim, na Alemanha, lidera o estudo devido a diversos fatores, principalmente maior economia nas viagens, facilidade de acesso a uma ampla rede de infraestrutura de transporte público e de serviços de compartilhamento.
A pesquisa é baseada em mais de 20 mil entrevistas com usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes nas 31 cidades, juntamente com entrevistas detalhadas com 53 dos principais especialistas em mobilidade do mundo. O estudo completo estará disponível somente em novembro, como informa a empresa responsável pelo ranking.
Outros resultados
O “Mobility Futures” também deu origem a outros rankings, com São Paulo se posicionando bem em dois deles. Na lista de cidades com os “usuários mais conscientes” – que mede quantos dos entrevistados usam meios de transporte com taxas baixas de emissão de dióxido de carbono –, a capital paulistana ficou em oitavo lugar.
Segundo a análise, no quesito “consciência” as cidades asiáticas lideram o top 10, com Tóquio ocupando o primeiro lugar, seguida por Pequim e Singapura. Isso pode ser observado na baixa proporção de motoristas solitários e uma alta proporção de caminhantes, ciclistas e usuários de transporte público.
Na Europa, Londres se classifica como a cidade de passageiros mais amigos do ambiente, devido à extensa rede ferroviária e subterrânea da capital inglesa.
Carro
Outra descoberta da pesquisa é que, apesar das crescentes preocupações ambientais, os passageiros ainda “amam” seus carros. Persistem aspectos culturais, como o automóvel enquanto símbolo de status, conveniência, mas também, muitas vezes, como item de necessidade. Globalmente, 39% dos viajantes urbanos dirigem sozinhos para trabalhar – mais do que qualquer outro modo de transporte.
Também não surpreende que em Amsterdã (Holanda) e Copenhague (Dinamarca) estão os maiores adeptos do ciclismo do mundo. Estas cidades ficaram em 1º e 2º lugar, respectivamente, no índice da Kantar que mediu o uso da bicicleta, seguidas por Pequim, em terceiro.
Caminhantes
Os residentes de Tóquio (Japão) e Manchester (Inglaterra) são os que mais andam a pé no mundo, com a proporção de passageiros que optam por caminhar para o trabalho atingindo 18% e 16%, respectivamente.
Aplicativos
No uso de apps de mobilidade, outro índice avaliado no estudo, a cidade de São Paulo está bem posicionada. Foi medido o número de apps usados para a mobilidade — incluindo serviços de navegação e mapeamento, planejadores de rotas, serviços de compartilhamento de carros, bicicletas e transporte público. Com média de quatro aplicativos por usuário, a cidade classificou-se em 8º lugar.