Planejamento urbano de Curitiba é o melhor do Brasil, aponta ranking

Thaynara Oliveira
10/10/2019 19:36
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Registro aéreo mostra Curitiba, que foi eleita a cidade brasileira com o melhor urbanismo de 2019. Foto: Gabriel Rosa/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

O que torna uma cidade preparada para o futuro? Um planejamento urbano inovador, que possibilita a mobilidade e beneficia estratégias de comunicação, garantiu a Curitiba o primeiro lugar do urbanismo brasileiro no ranking Connected Smart Cities 2019. A capital paranaense também aparece como a mais inteligente do Sul e a terceira colocada no estudo que avalia as cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil.
De acordo com os dados apresentados pelo levantamento, a cidade conta com 100% de atendimento urbano em água e esgoto, investimento de R$ 602,60 por habitante com urbanismo em despesas pagas e ainda 100% da população de área urbana vivendo em área de médio e baixo adensamento, o que permite equilíbrio no acesso de recursos urbanos básicos como moradia e transporte.
Temperaturas voltam a aumentar em Curitiba . #tempo #clima #primavera #céu
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Para chegar aos pontos listados no ranking, são avaliados alguns indicadores referentes ao urbanismo, como automóveis versus habitantes, ônibus versus automóveis, porcentagem de atendimento urbano de água e esgoto, lei de uso e ocupação do solo, lei de operação urbana, plano diretor estratégico, alvará provisório, despesas com planejamento urbano e porcentagem da população em baixa e média densidade.
A pesquisa também revela que Curitiba é bem posicionada no setor de comunicação. São 33,3 pontos de acesso a internet por 100 habitantes com 37,2% das conexões de banda larga e velocidade superior a 34 MB. “Ter pensado em um planejamento urbano inteligente anos atrás permitiu que Curitiba se destacasse em relação a comunicação com acesso a tecnologias 4G e 5G, gerando um impacto na economia e favorecendo estratégias de integração e conectividade” aponta Willian Rigon, diretor de Marketing da Urban Systems e pesquisador responsável pelo ranking.
Já no segmento de tecnologia, a cidade conta com dois parques tecnológicos, oito incubadoras de empresas, além de projetos inovadores como o Vale do Pinhão para o desenvolvimento de novas ideias e soluções na capital. Desta forma, Curitiba ocupa a sexta posição em tecnologia no ranking, com crescimento de 6,2% das empresas da área. Já no indicador de empreendedorismo e governança, está na sétima posição, com 0,7% de empresas de economia criativa e 7,5% de Microempreendedor Individual (MEI).
CENTRO DE CURITIBA - URBANISMO - EDIFICIO
CENTRO DE CURITIBA - URBANISMO - EDIFICIO
A soma de todos os indicadores também colocam Curitiba como a cidade mais inteligente do Sul do Brasil. O resultado é obtido com base na avaliação da ISO 37122, que estabelece as definições junto a setores sociais, econômicos e ambientais para cidades inteligentes. Segundo Rigon, “desenvolvemos uma ideia de smart city humana, sustentável e que proporcione qualidade de vida. Este modelo de cidade pode ser viabilizado através de planejamento inteligente, que tenha como instrumento a tecnologia, na conexão de setores como a saúde, meio ambiente e a economia.”
No Paraná, além da capital, seis cidades são apontadas no ranking: Maringá (26º), Londrina (33º), Pato Branco (37º), Foz do Iguaçu (53º), Cascavel (63°) e Toledo (81º). O estudo vem sendo realizado desde 2015 e mapeia todas as cidades com mais 50 mil habitantes, somando 666 municípios, a fim de identificar as localidades com maior possibilidade de desenvolvimento no país.
Fotos aéreas da cidade de Curitiba - Bairros Água Verde, Batel, Portão, Champagnat, Bigorrilho - Prédios - edificios - condominios - mordias - apartamentos - IPTU - Avenida República Argentina - Av. Sete de Setembro - Avenida Iguaçu - trânsito - Praça do Japão - Arena da Baixada - mobilidade urbana - planejamento urbano -
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Pontos a serem trabalhados

Mesmo com as conquistas no ranking e os históricos positivos dos últimos anos, Curitiba ainda apresenta indicadores a serem melhorados. Em um comparativo com 2018, a capital caiu duas posições na classificação nacional geral, ficando atrás de Campinas e São Paulo em 2019. Para Rigon, os dados mostram os pontos que necessitam atenção da gestão pública “precisa ser realizado um diagnóstico de dentro para fora, e o ranking é uma ferramenta para isso. A cidade identifica indicadores em que não está bem para realizar um planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo a fim de se tornarem inteligentes”, aponta.
Ainda de acordo com Rigon, as soluções implementadas pelas cidades, quando bem avaliadas no ranking, servem de legado para outros municípios, a exemplo dos indicadores de mobilidade e empreendedorismo observados em Curitiba. “O que a gente percebe é que desinformação é algo que existe. O ranking  veio criar uma vitrine para as soluções, realizadas seja pelo município, empresas ou instituições de fomento. Eu posso inovar dentro da minha cidade dentro de algo que já foi criado” finaliza.

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