Urbanismo

Estações-tubo de Curitiba serão substituídas por novo modelo

Luan Galani
10/04/2019 20:35
Thumbnail

Imagens: Ippuc/Divulgação

Ícones da revolução urbana de Curitiba que viraram símbolo da cidade nos anos de 1990, algumas estações-tubo serão substituídas pela Prefeitura de Curitiba. A intenção é começar pontualmente ao longo da linha Inter 2 e trocar 12 estações-tubo por um novo modelo retangular que o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está desenvolvendo.
Ainda não há data para a transformação do mobiliário urbano, segundo o Ippuc, pois o projeto precisa ser viabilizado. A prefeitura tenta um financiamento de R$ 507 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para revitalizar toda a linha do Inter 2 e melhorar a mobilidade da cidade.
Por meio da assessoria de imprensa, o Ippuc reforça que a troca das 12 estações não é um adeus ao modelo consagrado dos anos de 1990, mas um movimento em direção à evolução do transporte e adequação do mobiliário urbano. “Não pretendemos substituir as estações em outras linhas. O que pretendemos é, ao fazer linhas novas, implantar as novas estações. Mas simplesmente substituir não faz parte do plano”, frisa a arquiteta Olga Prestes, da Coordenação de Mobilidade da Supervisão de Planejamento do Ippuc, em entrevista ao Plural.
Procurado pela reportagem de HAUS, o arquiteto e urbanista Abrão Assad, que ajudou a construir Curitiba como conhecemos hoje e que assina a criação das estações-tubo, diz que o prefeito tem o direito de propor novos modelos para a cidade, mas que, ao mesmo tempo, terá que arcar com as consequências. “Como o Jaime Lerner costuma dizer: não se rasga uma fotografia de família. E ao se desfazer das estações-tubo, um símbolo da cidade, ele terá que prestar contas à sociedade e à história”, sentencia. “As estações fazem parte da paisagem da cidade e esse novo conceito vai criar uma ruptura na linguagem.”
Abrão recorda ainda que em 2017 foi contratado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), com verba do Banco Mundial, para requalificar as estações-tubo (veja a íntegra do projeto aqui). “Passados dois anos, até hoje não recebi uma resposta do Ippuc ou da Urbs sobre o projeto“, conta.
Imagem: Arquivo/Abrão Assad
Imagem: Arquivo/Abrão Assad
O Ippuc informa que as imagens divulgadas são de um anteprojeto, para tentar viabilizar o financiamento junto às agências de fomento internacionais. Até o momento, a ideia é que as novas estações sejam totalmente fechadas, climatizadas e energicamente autônomas por meio de placas fotovoltaicas.

LEIA TAMBÉM