Urbanismo

Escritório de Curitiba ganha concurso de revitalização da orla do Lago Paranoá, em Brasília

Amanda Milléo
21/04/2018 17:05
Thumbnail

(Imagem: reprodução projeto)

Dentre 22 projetos analisados pelo juri, a ideia do escritório Estúdio 41 Arquitetura, de Curitiba, foi a vencedora do concurso de revitalização da orla do Lago Paranoá, em Brasília. As margens, ocupadas de forma irregular desde a construção da cidade, foram desocupadas a partir de 2015 pelo atual governo do Distrito Federal, que agora buscava ideias de como devolver o espaço aos moradores e turistas da Capital Federal.
Para atingir essa expectativa, o escritório curitibano focou na ampliação e incrementação da possibilidade de acesso da população às margens que até então eram negadas. “O projeto propõe uma série de praças de acesso, parada de ônibus turístico, paraciclos, sistemas cicloviários ao longo da orla com pistas de caminhada e ciclovia, além de restaurantes, bares e sanitários, pensando especialmente nas pessoas que usam o lago para a prática esportiva”, detalha Emerson Vidigal, arquiteto do escritório ganhador e um dos participantes da equipe técnica que venceu o concurso.
(Foto: reprodução projeto)
(Foto: reprodução projeto)
Nas palavras do juri, de acordo com a ata da comissão divulgada no site do concurso, o projeto curitibano foi escolhido justamente pelo respeito demonstrado à cidade: “A proposta desenha como se traçasse a linha em justa medida entre deferência e ousadia. Assim, coloca-se com reconhecimento e respeito em relação ao Plano Piloto e, ao mesmo tempo, assume a responsabilidade em propor e avançar na melhor definição da Escala Bucólica, que o Concurso para o Masterplan da orla do Lago Paranoá põe em foco.”
Os jurados destacam ainda que a ideia acerta as premissas de transporte, integração entre áreas verdes e corredores ecológicos e reconquista dos espaços públicos – principal objetivo das mudanças.
“Para nós é muito importante esse projeto, porque é um local simbólico para Brasília. O lago é uma área com muita potencialidade de ter espaços públicos ricos para a população usufruir e para nós é motivo de orgulho, aqui do Paraná, podermos participar desse tipo de projeto, com aquilo que a gente acredita”, reforça Vidigal.
(Foto: reprodução projeto)
(Foto: reprodução projeto)
Futuro da orla dependerá das eleições 2018
Como o projeto da orla do Lago foi pensado e colocado em prática pelo governo do Distrito Federal, as eleições de 2018 podem barrar o avanço da revitalização. De acordo com Emerson Vidigal, arquiteto curitibano do escritório vencedor, a expectativa é que o projeto seja desenvolvido ao longo de 2018, principalmente da parte mais burocrática. “Ao longo desse ano, até dezembro, teremos bastante definição. Mas as obras mesmo vão depender, serão definidas pelas eleições”, diz.
Todo o avanço de revitalização das margens seguem um histórico desde 2015, quando as primeiras áreas privatizadas foram sendo desocupadas – e cuja desocupação total só foi concluída ao fim de 2017. De acordo com Thiago de Andrade, secretário de Gestão do Território e Habitação do Distrito Federal, o lago tem um perímetro de 109 quilômetros, nem todo de área pública.
“São quase 40 quilômetros de áreas públicas que estavam obstruídas e, pela desocupação, pensamos em um concurso que desse esse horizonte e amarrasse toda a orla de forma coesa”, explica Andrade.
LEIA TAMBÉM