Urbanismo

Doria quer acabar com mosaicos portugueses nos calçadões de São Paulo

Stephanie D'Ornelas*
20/11/2017 18:07
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A região central da cidade conta com 11,5 mil metros quadrados de calçadão com o mosaico português. Foto: Diego Torres Silvestre/Reprodução/Flickr

Os tradicionais calçadões de pedras portuguesas podem desaparecer do centro de São Paulo. A prefeitura da cidade quer substituí-las por concreto a partir de janeiro para diminuir os gastos de manutenção e melhorar a acessibilidade. O projeto ainda tem que ser aprovado pelos conselhos de preservação do patrimônio municipal e estadual.
De acordo com levantamento da Prefeitura de São Paulo, o cuidado com o piso se tornaria seis vezes mais barato com a mudança. O prefeito João Doria afirma que a prefeitura não teria gastos na primeira etapa da troca do mosaico português, que seria bancada pela iniciativa privada.
“A contrapartida é a melhora na qualidade do piso para as empresas, principalmente para os bancos e a própria Bolsa [de Valores]. Portanto, não há contrapartida especial a não ser a melhoria da condição de acessibilidade”, disse Doria nesta sexta (17).
A prefeitura informou que o projeto será dividido em três etapas, sendo a primeira prevista para iniciar em 2 de janeiro e terminar no dia 25 do mesmo mês.  A estimativa é que as obras custem R$ 30 milhões.

Discussão antiga

O debate sobre as pedras dos calçadões de São Paulo surgiu junto a sua inauguração, em 1976. Na época, comerciantes criticaram a iniciativa, dizendo que os clientes iriam migrar de suas lojas para os novos shoppings da capital. Em 2008, pedras da Avenida Paulista foram trocadas por placas de concreto moldado, preservando a calçada em frente a prédios tombados.
Calçadas de petit-pavé também são alvo de polêmicas em Curitiba. Em 2006, uma liminar proibiu a aplicação do pavimento na reforma das calçadas da Avenida Marechal Deodoro. O Ministério Público defendeu que a pedra era inapropriada por ser deslizante e dificultar o acesso de portadores de deficiências e de pessoas com dificuldades de locomoção.
*Especial para a Gazeta do Povo com Folhapress

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