Urbanismo
Curitiba terá nova “praça de bolso” na Rua Cruz Machado

Pequeno terreno na esquina da Cruz Machado com a Visconde de Nacar tem projeto para se tornar a Praça de Bolso Gilda. Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo e Reprodução projeto.
Na tarde desta quarta-feira (21), um grupo de cicloativistas, artistas, moradores e frequentadores dos arredores da esquina da Rua Cruz Machado com a Visconde de Nacar promoveram um encontro para o que eles chamaram de “primeiro ato para a implantação de uma nova ‘praça de bolso’ da cidade.”

Neste ponto do centro há um pequeno terreno público, que pertence ao município e foi avaliado como área com potencial semelhante a que deu origem, em 2014, à Praça de Bolso do Ciclista, na esquina da Rua São Francisco com a Rua Presidente Faria.

“Um mapeamento feito naquela época levantou esse e outros lugares na cidade. A partir desse mapeamento foram levantadas questões técnicas sobre o local e até este momento temos um primeiro estudo feito pelo IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba)”, explica Jorge Brand, o Goura, coordenador da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) e vereador eleito de Curitiba.

De acordo com o projeto, a constrição da praça prevê a melhoria da travessia de pedestres na Cruz Machado com obras de acessibilidade. “A ideia é dar novo sentido ao espaço público e priorizar a rua como espaço de encontro”, reforça o engenheiro ambiental e participante do projeto Ivo Reck Neto.

O grupo explica que, assim como na Praça do Ciclista, existe o desejo de dar visibilidade a questões sociais. “No caso, queremos fazer uma homenagem a Gilda, personagem histórica do centro da cidade. Uma travesti que foi assassinada em 1983. Esta será uma forma de homenageá-la e explicitar a necessidade de respeito e tolerância com a diversidade”, aponta a transexual Maite Schneider, que participou do ato simbólico de colagem de um lambe lambe com arte da cartunista Laerte Coutinho feita especialmente para o espaço.

Os próximos passos do projeto dependerão das conversas com a nova gestão municipal, que assume a prefeitura em janeiro de 2017. As obras no espaço serão feitas com mutirões envolvendo a comunidade, como aconteceu com a Praça do Ciclista. “Nossa intenção é ter o projeto inaugurado em três meses”, conclui Maite.