Banheiro em contêiner criado em universidade brasileira é solução para desastres naturais

Foto: reprodução/Projeto APIS
Necessidades básicas como higiene e saneamento são desafios quando o contexto é emergencial. Após desastres naturais, abrigos que recebem pessoas desabrigadas geralmente apresentam uma estrutura precária. E foi pensando em como melhor essa situação que o Núcleo Habitat sem Fronteiras (NOAH), vinculado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), lançou o Projeto APIS — um banheiro emergencial móvel que proporciona melhores condições sanitárias.

Coordenado pela professora e doutora Lara Leite Barbosa de Senne, o projeto é instalado em um contêiner adaptado. Ele utiliza um mecanismo que capta, filtra e aquece águas de rios nas proximidades para serem usadas em chuveiros, vasos sanitários e lavabos. Esse sistema permite que se diminuam problemas de saúde por falta de higiene, como a própria disseminação de doenças.

Sua capacidade de armazenamento de água permite, em média, 144 banhos de 10 minutos por dia. Além disso, redutores de consumo estão instalados em todos os itens — cada descarga usa apenas dois litros de água. Após o uso, a água vai para dois tanques de esgoto que se localizam abaixo do contêiner, para depois ser descartada. Placas fotovoltaicas também compõem o projeto, gerando a energia necessária para o funcionamento através da luz do sol.

Estrutura portátil
O contêiner também serve para elevar o banheiro a uma altura maior, já que sua intenção é também ser usado em áreas afetadas por inundações. As laterais da estrutura são abertas e funcionam como entradas. Cada lado do banheiro, um masculino e um feminino, conta com chuveiro, lavabo com duas pias e vaso sanitário. Além disso, o contêiner também inclui, na lateral, um banheiro com acessibilidade.

Pensando para seguir as normas da Defesa Civil para abrigos temporários, o banheiro funciona de forma independente por sete dias, necessitando de manutenção após esse período. Sua estrutura também é pensada para otimizar o transporte, com elementos retráteis.
Atualmente, o projeto está em fase de montagem do protótipo. No ano passado, a equipe realizou um financiamento coletivo no Catarse para arrecadar fundos para a compra de elementos do projeto, mas a meta de R$ 48.250 não foi atingida.

O nome do projeto, Apis, — abelha, em latim — faz referência à metologia construída de forma coletiva com a população e colaboradores de áreas diversas. O grupo está em vias de patentear o equipamento através da Agência USP de Inovação.
Assista ao vídeo institucional do Projeto APIS: