Um estudo desenvolvido por engenheiros britânicos mostrou que, além de fazer bem para a saúde das pessoas, as cenouras também contribuem para a saúde das edificações. Ao acrescentar “nano plaquetas” extraídas das fibras das raízes do vegetal ou da beterraba à mistura do concreto, os pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, descobriram que o material tem seu desempenho mecânico melhorado, tornando os edifícios mais fortes e ecológicos.
Isso acontece devido à capacidade das plaquetas de aumentar a quantidade de hidrato de silicato de cálcio nas misturas de concreto, principal substância que controla o desempenho estrutural. Desta forma, menores quantidades do material seriam necessárias à construção.
Ainda segundo o estudo, realizado em colaboração com a Cellucomp Ltd do Reino Unido, o desempenho das partículas vegetais supera estruturalmente e ambientalmente todos os aditivos de cimento disponíveis comercialmente, como grafeno e nanotubos de carbono, e faz isso a um custo muito menor.
Além de melhorar a qualidade do produto, a adição das partículas vegetais ao cimento ainda contribui para reduzir o número de fissuras comuns ao material, evitar a corrosão e aumentar a vida útil do concreto.
“Os compósitos não são apenas superiores aos produtos de cimento atuais em termos de propriedades mecânicas e de microestrutura, mas também usam quantidades menores de cimento. Isso reduz significativamente tanto o consumo de energia quanto as emissões de CO2 associadas à fabricação de cimento”, destaca Mohamed Saafi, professor do Departamento de Engenharia da Universidade de Lancaster, em nota divulgada pela universidade.
A estimativa é a de que se possa alcançar uma economia de 40 Kg de CO2 por metro cúbico de cimento Portland produzido, que responde atualmente por 8% das emissões globais do gás.