Engenheiros brasileiros criam fogão solar que substitui botijão de gás

HAUS
27/06/2018 21:00
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Fotos: UFRN/Reprodução

Engenheiros mecânicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram fogões solares, construídos a partir de sucatas, espelhos e outros materiais de baixo custo, para substituir os aparelhos convencionais que dependem do botijão de gás. A coordenação do projeto é de Luiz Guilherme Meira de Souza, que há 40 anos se dedica a estudar energia solar.
Como todas as sacadas geniais, a ideia é simples: transformar a radiação solar em calor, criar um efeito estufa e usar esse calor para aquecer água, cozinhar, secar ou assar os alimentos.
E a invenção surge para aliviar preocupação social pertinente. Nos últimos 12 meses, o preço do botijão já consome até 40% da rendas das famílias mais pobres.
Um dos fornos recém montados (de MDF, espelhos e placa de metal) custou R$ 150 reais e deu conta de assar nove bolos ao mesmo tempo em uma hora e meia somente com a energia captada da luz solar. Um forno convencional seria vinte minutos mais rápido, mas não teria capacidade para tantas assadeiras, como explica o engenheiro Mário César de Oliveira Spinelli à reportagem da BBC.
O engenheiro Pedro Henrique de Almeida Varela também fabricou um forno solar a partir de sucatas de pneus, latinhas de cerveja vazias e uma urupema, espécie de peneira indígena. Durante os experimentos, foram assados vários alimentos com sucesso, como pizza, bolo, lasanha e até empanados.
Varela destaca que em países da África e da Ásia os governos têm incentivado o uso de fogões solares pela população para diminuir o consumo de lenha e os impactos ambientais.
Para Luiz Guilherme, os produtos poderiam ser fabricados em escala se o Brasil investisse em pesquisas de tecnologia social. Mas os estudos que são realizados esbarram, na opinião dele, no desinteresse político, industrial e até acadêmico.

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