Sustentabilidade

Projeto propõe produção de alimentos em terraços urbanos de Curitiba

Stephanie D'Ornelas*
20/12/2017 21:00
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Projeto das arquitetas do Ponto41 prevê área de convivência no ambiente da horta do Coletivo Alimentar. Foto: Divulgação

É difícil definir o Coletivo Alimentar, no Centro de Curitiba. Afinal, o espaço reúne restaurante, café, padaria, mercearia, escritórios de coworking, espaço para cursos e oficinas. Nos fundos do ambiente, subindo-se uma escada em espiral, está o terraço, onde há uma horta em que são produzidos variados temperos e hortaliças – que, inclusive, são usados na preparação dos alimentos servidos no local. É nesse recinto em que está nascendo o Terraço Alimentar, projeto que busca viabilizar a produção de plantas, com foco nas alimentícias, em terraços urbanos durante todo o ano.
Horta do Coletivo Alimentar. Foto: Stephanie D'Ornelas
Horta do Coletivo Alimentar. Foto: Stephanie D'Ornelas
A ideia inicial do projeto, lançado nesta terça-feira (19), é transformar o terraço do Coletivo Alimentar em um laboratório de testes de tecnologias que possibilitem a produção de alimentos de maneira eficiente, com tratamento de resíduos. A partir disso, o projeto modular poderia ser replicado em qualquer terraço urbano, incluindo o de edifícios e até de shoppings que não tenham sido projetados com este objetivo. O propósito final é transformar o Terraço Urbano em selo que sirva como uma ferramenta de controle de impacto ambiental, visando a sustentabilidade e qualidade dos terraços urbanos.
A estrutura da primeira horta do Terraço Alimentar está sendo desenvolvida pela designer Mayara Wal e pelas arquitetas Danielli Wal e Milene Gil, do escritório Ponto41, e tem com base estudos do vento e sol que incidem no local para o ideal crescimento das plantas. Os pilares serão feitos em madeira e a estrutura – modular, aerodinâmica e flexível – comportará hortas verticais em PVC. A tecnologia estará presente em elementos como medidores de intensidade solar e controle de irrigação digital. Além do cultivo, outro ponto importante do projeto é a área destinada à convivência entre os frequentadores do espaço.
Hortas verticais.
Hortas verticais.
“O que propomos é um projeto piloto para testar vários tipos de tecnologia, produção, convivência e representar isso através de um selo, o do Terraço Alimentar. A ideia é que o Coletivo sedie esse projeto piloto para que ele seja apresentado em outros lugares”, explica Luiz Milek, idealizador do Coletivo Alimentar, que coordena a iniciativa em conjunto com a engenheira agrônoma Patrícia Galbo, da empresa de consultoria e execução de hortas VerdeLaranja.
Vista aérea do projeto.
Vista aérea do projeto.
Neste primeiro momento, os elaboradores do Terraço estão em busca de apoiadores e patrocinadores da horta-laboratório, que tem custo estimado de R$186.405,33 – 53% destinado à estrutura, 15% à produção, 18% ao plantio e manutenção e 14% à tecnologia. O orçamento é referente à gestão de 12 meses, em que calcula-se que possam ser produzidos 3.744 unidades de folhosas, 120 quilos de morango e 30 quilos de frutíferas. Tudo isso em uma metragem de 66 metros quadrados.
“Qualquer pessoa que queira incentivar esse movimento, seja contribuindo com os estudos atuais, seja com tecnologias ou patrocínio, é bem-vinda. A busca é alavancar o estudo. Esse não é só um projeto comercial: há essa contribuição de pesquisa, sustentabilidade, melhoria do espaço público”, elenca Milek.
*Especial para a Gazeta do Povo.

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