Sustentabilidade

Primeira cidade flutuante do mundo pode ser inaugurada até 2020

HAUS*
11/07/2017 21:52
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O plano é que a cidade flutuante abra as portas até 2020. Por enquanto, o Instituto desenvolvedor do projeto realiza estudos para criação de uma legislação em conjunto com a Polinésia Francesa. Foto: Reprodução

As ideias fantasiosas e inusitadas de ficção científica estão se aproximando cada vez mais da realidade. Enquanto muitos tentam descobrir maneiras de colonizar outros planetas, a organização sem fins lucrativos The Seasteading Institute está com um projeto para ocupar outros lugares ainda pouco explorados: os oceanos. Depois das florestas flutuantes instaladas em Nova York e na Holanda, chegou a vez das cidades flutuantes.
Projeção de como será a cidade flutuante. Imagem: Divulgação
Projeção de como será a cidade flutuante. Imagem: Divulgação
Durante cinco anos, o Instituto Seasteading tem conduzido pesquisas sobre o potencial para construção de “comunidades permanentes que flutuem no mar”, segundo o mesmo. O projeto conhecido como “The Floating Island” (“A Ilha Flutuante”, em português) avançou mais alguns passos após um memorando de entendimento, assinado no dia 13 de janeiro deste ano, entre a organização e o governo da Polinésia Francesa, no qual eles firmam a cooperação na criação de uma “zona econômica especial” no mar com um quadro único de governo, onde poderão começar a desenvolver a cidade, ou ilha flutuante, como também é chamada.
A animação mostra como seria a cidade flutuante:
Para justificar a criação dessa zona especial — que daria às cidades flutuantes um certo nível de autonomia –, o Instituto concordou em realizar quatro tarefas: um estudo sobre o impacto econômico que o empreendimento teria sobre a população do país; preparar um relatório do impacto ambiental que ele terá na região; desenvolver um plano de integração para provar que as ilhas flutuantes vão contribuir positivamente para o meio ambiente e conduzir pesquisas jurídicas para preparar um quadro legal para uma “Seazone”, um regime legal que incorpora as melhores práticas das mais de quatro mil Zonas Econômicas Especiais (ZEE) em todo o mundo.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar — que rege todos os aspectos do espaço marítimo –, nas Zonas Econômicas Especiais é reconhecido o direto de todos os Estados costeiros terem jurisdição e gerenciarem os recursos nas águas, no fundo do mar e no subsolo na área de até 200 milhas da costa.
Em um concurso realizado pelo Instituto em 2015 foram realizadas projeções de como será a arquitetura e design do empreendimento.  Foto: reprodução / site.
Em um concurso realizado pelo Instituto em 2015 foram realizadas projeções de como será a arquitetura e design do empreendimento. Foto: reprodução / site.
A previsão é que a aprovação dessa zona especial aconteça até o final deste ano para que o Instituto comece o desenvolvimento do projeto piloto no início de 2018. A cidade ficará ao lado do Taiti, a maior ilha da Polinésia Francesa, no oceano Pacífico Sul. A previsão é que o empreendimento fique pronto até 2020.
Assim que o Instituto finalizar a etapa de estudo e pesquisa, a Polinésia Francesa começará o processo de criação da legislação que permita a construção da cidade. Foto: reprodução / site.
Assim que o Instituto finalizar a etapa de estudo e pesquisa, a Polinésia Francesa começará o processo de criação da legislação que permita a construção da cidade. Foto: reprodução / site.
Como uma organização sem fins lucrativos, a intenção do Instituto não é construir as cidades de fato, mas sim preparar o cenário e capacitar outros para fazê-lo. Para desenvolver e construir as ilhas flutuantes e operar o Seazone, o Instituto abriu uma nova empresa, a Blue Frontiers.

Pesquisa

O grupo está em fase de realização de pesquisas e coleta de dados sobre os potenciais moradores da cidade e suas demandas. Caso você tenha interesse no projeto, pode responder a pesquisa aqui. Segundo o site da The Seasteading Institute, “a demanda do mercado para a primeira cidade flutuante com algum nível de independência política é vigorosa e crescente”.
* Colaborou Maria Isabel Miqueletto.

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