Sustentabilidade
Para preservar espécies, ONG disponibiliza banco de dados sobre madeira

Um dos cases de estudo apresentado pelo site, este projeto de um escritório dinamarquês usa a Guariúba, madeira da região de Rondônia. Foto: FSC Denmark/Divulgação

A organização não governamental FSC (Conselho de Manejo Florestal, em português), que atua mundialmente na luta contra a exploração predatória das florestas, desenvolveu um banco de dados online que vai servir de ferramenta para engenheiros e arquitetos de todo o mundo. A iniciativa é da FSC Denmark (escritório dinamarquês da ONG).

O projeto catalogou mais de 200 espécies tropicais entre as cerca de 50 mil conhecidas. A ideia é apresentar aos profissionais da construção civil as características e especificações técnicas e estruturais dos tipos menos conhecidos e pouco utilizados em projetos arquitetônicos e construtivos. Kristian Jørgensen, da FSC Denmark, explica a importância da iniciativa.
“Há anos trabalhamos com a conscientização sobre o uso de madeiras das florestas tropicais, visando garantir tanto a manutenção quando a extração sustentável na região. Vemos que usar madeira em projetos segue sendo uma tendência, e o trabalho de catalogação e conscientização é a chave para um consumo responsável”, conclui.

O Lesser Known Timber Species (nome em inglês para ‘espécies menos conhecidas de madeira) também apresenta 50 estudos de caso em que as espécies menos conhecidas foram utilizadas. Desta forma, a ONG espera agregar na conscientização para outras espécies disponíveis no mercado que são viáveis para o mercado da construção civil.

Embora o Brasil não tenha cases de estudo ou projetos conhecidos na área, o escritório brasileiro da FSC informou que alguns exemplos de madeiras nativas do Brasil já estão catalogadas. Espécies como Freijó e Maçaranduba, por exemplo, são exportadas pela empresa Precious Woods, que atua com certificação de manejo sustentável da FSC.
Além disso, o Grupo Jari – que atua nos segmentos de madeira, celulose, minerais e produtos não madeireiros – mantém uma ‘Xiloteca’ à beira do Rio Jari, na divisa entre Pará e Amapá. No local estão catalogadas mais de 800 espécies de madeira nativas da região, além de amostras de ramas, sementes e insetos. Assim como a base de dados, a ideia do acervo é agregar na preservação da fauna regional.

A base de dados pode ser acessada pelo site do Lesser Known Timber Species. O conteúdo está em inglês, e a busca dos casos pode ser especificada pelo país em que foi feito, ano, espécie utilizada ou objetivo do uso.
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