Designer cria ‘montanha-esponja’ para absorver poluição da cidade

O designer Angelo Renna propôs uma medida inusitada para diminuir o impacto da poluição na cidade italiana de Turim: uma montanha com função de esponja, que vai absorver o gás carbônico presente na atmosfera. Ela seria ‘construída’ a partir da terra retirada do solo na construção de um túnel na linha férrea que liga Turim a Lyon, na França.

A ‘esponja’ teria 90 metros de altura e 11 hectares. A terra seria preparada com uma mistura de areia e concreto, o que iria sugar o CO2 liberado no ar pelo tráfego de automóveis e indústrias. Assim, o gás carbônico fica preso na terra, sem interferir diretamente em efeitos das mudanças climáticas. Além disso, o espaço também teria a vantagem de servir como um novo parque aberto ao público, servindo de um marco verde para os habitantes.

Renna integra um projeto coordenado pelo Conselho de Pesquisa em Engenharia e Ciências Físicas do Reino Unido (EPSRC) chamado SUCCESS, que pesquisa o potencial uso do solo para capturar carbono. Junto de ecologistas, engenheiros e geógrafos, designers têm investigado de que forma a terra poderia ser otimizada para absorver o dióxido de carbono em ambientes urbanos.

A estimativa é que a quantidade de terra retirada do solo na construção do túnel ferroviário seja de 6 milhões de toneladas. Segundo pesquisas do SUCCESS, esse tipo de solo teria uma alta capacidade de capturar o gás.

Na teoria, o SUCCESS mostrou que o solo tem a capacidade de capturar CO2 em uma forma inorgânica a uma taxa de 85 toneladas por hectare por ano — enquanto um hectare de floresta tropical é capaz de absorver 5 toneladas por hectare por ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, Turim é uma das cidades mais poluídas da Europa. A situação é agravada pela sua localização geográfica, em um vale, fazendo com que o ar fique ‘preso’ entre montanhas. Outras tentativas de reduzir a poluição do ar incluíram, principalmente, o controle do tráfego.