A inovação é uma das marcas da história e da atuação das gigantes da indústria mundial que, usando o potencial inerente a suas capacidades de investimento e pesquisa, abrem novas fronteiras para um consumo cada vez mais sustentável, ou pelo menos mais responsável. Depois de a LEGO ter anunciado a produção de peças com plástico verde (produzido a partida da cana-de-açúcar) é a vez da Coca-Cola começar a dizer adeus à necessidade dos componentes fósseis para engarrafar e distribuir seus produtos.
No início deste mês de outubro, a marca anunciou a fabricação da primeira garrafa produzida a partir de plástico recuperado e reciclado dos oceanos, um marco quando o tema é a indústria alimentícia, cujos critérios sobre a qualidade dos materiais das embalagens são ainda mais rígidos do que os tidos como parâmetro para outros tipos de produtos — como os tênis ou roupas produzidos com o mesmo material.
Inicialmente, foram lançadas 300 garrafas que trazem 25% do plástico reciclado em sua composição e rótulo em tom azul esverdeado, que deixa de lado o vermelho característico da marca e faz referência direta aos mares e oceanos.
Parceria pela sustentabilidade
A garrafa foi desenvolvida pela parceria entre a Coca-Cola, a Ioniqa Technologies, a Indorama Ventures e a Circular Seas, e utilizou resíduos plásticos coletados por voluntários em 84 praias da Espanha e de Portugal. Tais resíduos, então, tiveram seus componentes “quebrados” e as impurezas eliminadas, o que permitiu que dessem origem a embalagens com a mesma qualidade das feitas com plástico “virgem”.
Para Bruno van Gompel, diretor técnico da cadeia de suprimentos da Coca-Cola na Europa Ocidental, a tecnologia tem um enorme potencial. “As aprimoradas tecnologias de reciclagem são extremamente empolgantes, não apenas para nós, mas para a indústria e a sociedade em geral. Elas aceleram a perspectiva de uma economia em circuito fechado para o plástico, razão pela qual estamos investindo nela. Quando elas começarem a crescer, veremos todos os tipos de plásticos reutilizados e tão bons quantos os novos, não apenas uma vez, mas várias vezes, desviando o [destino dos] resíduos da incineração e do aterro sanitário“, diz em comunicado publicado pela companhia.
Ainda não existe previsão de quando a tecnologia chegará ao Brasil nas garrafas da marca.