Ainda não é desta vez que o navio que promete tirar cinco toneladas de plástico do oceano diariamente vai levantar âncoras. Na verdade, a embarcação sequer terminou de ser construída. A informação da gerente do projeto, Nina Jensen, segundo o site especializado em embarcações Maritime Executive, é a de que a previsão de conclusão foi adiada para algum momento entre 2024 e 2026.

Anunciado em janeiro de 2019, o projeto se chama Research Expedition Vessel (REV) [Embarcação de Expedição de Pesquisa, em tradução livre], ou REV Ocean. Com entrega prevista inicialmente para 2021, o atraso frustrou tanto Jensen quanto o bilionário norueguês Kjell Inge Røkke, que está financiando a construção.

O magnata já investiu cerca de de 2 bilhões de dólares (cerca de 11,03 bilhões de reais, na cotação atual) na limpeza dos mares. Na época, foi motivado por um dado impressionante: ele havia sido impactado pela informação de que, até 2050, os oceanos vão conter mais plástico do que peixes, segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, de World Economic Forum).

O barão do petróleo — que, em 2019, era o 10º homem mais rico da Noruega, segundo a revista Forbes — decidiu então construir o maior iate do mundo, com o compromisso de retirar cinco toneladas de lixo do oceano por dia.

Pescador quando jovem, Røkke começou sua trajetória profissional no mar e disse, em declaração para a imprensa norueguesa, que a iniciativa é uma forma de devolver ao mar parte do que conquistou por meio dele.

A REV Ocean será operada pelo World Wild Fund for Nature (WWF) que vai levar 60 pesquisadores e uma tripulação de até 40 operadores para investigar os ambientes inexplorados do fundo do mar.

A cada viagem, o REV vai utilizar suas dezenas de sensores e equipamentos de ponta para coletar todo o plástico do oceano que encontrar e derretê-lo, com o objetivo de reciclá-lo e devolvê-lo para uso.

Distribuídos pelos 181 metros de comprimento da embarcação do projeto REV-Ocean estarão laboratórios secos e molhados, refrigerados, de pesquisa ambiental, salas de aula, auditório e um veículo subaquático que vai ajudar nas investigações.

Pontes laterais terão capacidade para levantar e soltar ao mar equipamentos – como submarinos, por exemplo – de até 20 toneladas.