Projeto alternativo de Jaime Lerner poderia ter salvo o imóvel da Matte Leão
Esboço foi atualizado em 2012 e previa área comercial no entorno de torres residenciais. Foto: Divulgação
Quem pesquisa os projetos arquitetônicos já realizados e outros idealizados pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados nos últimos 14 anos, disponíveis em seu site, pode se surpreender ao se deparar com o esboço do que seria a revitalização da antiga fábrica da Matte Leão, no Rebouças, que acabou sendo demolida e deu lugar ao recém inaugurado Templo Maior da Igreja Universal.
A iniciativa foi pensada primeiramente em 2003, logo após o fim do governo Jaime Lerner e retorno do urbanista ao trabalho em seu escritório.
Um dos arquitetos responsáveis pela atualização e expansão do projeto em 2012, Felipe Guerra conta que houve um esforço do escritório pela aprovação, mas que, infelizmente, por questões financeiras, a família Leão optou pelo concorrente. O imóvel foi vendido por cerca de R$ 32 milhões, preço R$ 7 milhões acima do valor de mercado.
Como não havia proteção legal sobre a construção histórica, que não foi reconhecida como patrimônio pelo município nem pelo estado, os proprietários decidiram pela opção financeira mais vantajosa. De todo o complexo fabril, ficou em pé apenas uma edificação art déco na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Piquiri.
“Nossa iniciativa arquitetônica valorizava não só a importância da memória do Matte Leão para a história de Curitiba e do Paraná, mas também interagia com a paisagem urbana e industrial do Rebouças, numa espécie de mini-bairro que previa torres residenciais de oito pavimentos e um entorno comercial“, descreve.
O polo de encontro da população na região idealizava ainda a implantação de serviços de hotelaria, escritórios, gastronomia, mercado e equipamento de ensino.
Confira mais imagens do projeto:
*Especial para a Gazeta do Povo.