Antiga fábrica das ceras Canário vai dar lugar a edifícios futuristas

André Nunes*
30/11/2017 20:29
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Terreno ocupa localização privilegiada entre as ruas Engenheiros Rebouças, Francisco Nunes e Brasílio Itiberê. Foto: Reprodução/Nogari Leilões

Mais um grande espaço industrial no Vale do Pinhão (região que abraça parte do Rebouças e do Prado Velho) se prepara para um processo de revitalização urbana. Dessa vez, no coração do Rebouças, um terreno de 16 mil m² que abrigava a produção das ceras Canário e sabão Guaíra, da antiga Indústrias Químicas Melyane S/A. O imóvel foi leiloado no ano passado e agora está em fase de desenvolvimento pela RAC Engenharia de um projeto que prevê a construção de edifícios inteligentes para abrigar novos negócios e conectar as ruas Engenheiros Rebouças, Francisco Nunes e Brasílio Itiberê.
A novidade foi recentemente apresentada pelo arquiteto Frederico Carstens, da Realiza Arquitetura, e pela RAC Engenharia em audiência com o prefeito Rafael Greca, da qual também participaram outras empresas com iniciativas na região.
Fábrica das ceras Canário e sabão Guaíra teve falência decretada em 1999, mas seguiu em atividade até 2016. Foto: Reprodução Nogari Leilões
Fábrica das ceras Canário e sabão Guaíra teve falência decretada em 1999, mas seguiu em atividade até 2016. Foto: Reprodução Nogari Leilões
“Estamos desenvolvendo há um tempo essa tecnologia de engenharia em nossas obras, inspiradas em experiências de sucesso fora do país. Esta presente na nossa nova sede, lançada recentemente, e agora vamos replicar o modelo nesse empreendimento do Rebouças. A ideia é construir um prédio autossustentável tanto em geração de energia, quanto no uso dos recursos hídricos, com reuso de água de chuva e tratamento de esgoto”, detalha Ricardo Cansian, diretor da RAC Engenharia.
O projeto ainda está em fase de análise e depende da aprovação da Secretaria Municipal do Urbanismo e Assuntos Metropolitanos.
O prefeito Rafael Greca conheceu na tarde desta quinta-feira (09/11) três grandes projetos da iniciativa privada propostos para a região do Vale do Pinhão. Os projetos fazem parte de uma série de consultas comerciais e iniciativas que estão sendo feitas na região, motivadas pelo programa Vale do Pinhão. Curitiba, 09/11/2017.<br>Foto: Levy Ferreira/SMCS
O prefeito Rafael Greca conheceu na tarde desta quinta-feira (09/11) três grandes projetos da iniciativa privada propostos para a região do Vale do Pinhão. Os projetos fazem parte de uma série de consultas comerciais e iniciativas que estão sendo feitas na região, motivadas pelo programa Vale do Pinhão. Curitiba, 09/11/2017.<br>Foto: Levy Ferreira/SMCS

Área disputada

Fundada na década de 1940, a Melyane decretou falência em 1999, mas seguiu funcionando até julho de 2016, quando encerrou as atividades da fábrica no Rebouças. O leilão do terreno agitou o mercado, já que é um dos últimos grandes espaços centrais de Curitiba, em área de zoneamento ZR4, com usos permitidos para habitação coletiva e transitória, além de “posto de abastecimento e serviços, estacionamento comercial, coeficiente de aproveitamento 2,0 e taxa de ocupação de 50%“, conforme descrição da empresa de leilões. Atualmente, a área total construída é de 6.528 m² distribuída em prédio administrativo, área fabril, refeitório, depósito, mecânica, caldeira, expedição e produção.
Terreno ocupa localização privilegiada entre as ruas Engenheiros Rebouças, Francisco Nunes e Brasílio Itiberê. Foto: Reprodução/Nogari Leilões
Terreno ocupa localização privilegiada entre as ruas Engenheiros Rebouças, Francisco Nunes e Brasílio Itiberê. Foto: Reprodução/Nogari Leilões

Autossustentável

De acordo com Cansian, entre os sistemas previstos que permitem que a nova edificação seja autossustentável estão o uso de células solares, sensores inteligentes que identificam a iluminação natural e regulam o consumo interno (evitando o desperdício de energia), além de captação de água de chuva em estação de tratamento. “Essa água se torna potável para uso em lavatórios e chuveiros, enquanto a água de esgoto também é tratada e pode ser reutilizada nos vasos sanitários. A estação é integrada ao prédio de forma orgânica, tanto no subsolo quanto no térreo”, explica.
O uso de telhado verde, separação de lixo orgânico e inorgânico e composteiras mantidas pelos próprios funcionários também são estratégias sustentáveis pensadas para o local.
*Especial para a Gazeta do Povo.

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