Em manhã de caminhada, agentes urbanos fazem diagnóstico do Vale do Pinhão

Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo | Fernando Zequinao
O segundo dia de atividades do Laboratório de Reação Urbana do Vale do Pinhão, nesta sexta-feira (27), foi marcado pelo início dos diagnósticos dos problemas e oportunidades da região do Rebouças e Prado Velho, a partir de um reconhecimento de campo feito por todo o grupo.

Às 9h30, o arquiteto João Guilherme Dunin, do departamento de projetos especiais do Ippuc, deu início às atividades apresentando a visão de futuro do Vale do Pinhão e o planejamento urbano da prefeitura para a área.
“Basicamente, a estratégia consiste em atender aos anseios da comunidade e fortalecer a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a partir do anel metropolitano de transporte. Até hoje, isso nunca foi pensado como unidade pelas prefeituras da RMC. Tanto o eixo Norte-Sul como a Linha Verde, o uso compartilhado das canaletas, terminais, até as cores dos ônibus precisam ser integrados em um sistema metropolitano de transporte“, pontuou Dunin.
O arquiteto reforçou ainda a importância do Vale do Pinhão nesse cenário, já que ele é o centro geográfico metropolitano e deverá receber circulação diária de até 3 milhões de pessoas nos próximos anos.

Na sequência, a professora Maria da Graça Rodrigues Santos, da Universidade Positivo (UP), apresentou os projetos em discussão na instituição ao longo dos últimos dez anos focados na requalificação urbana de Curitiba.
“Realizamos desde 2007 seminários internacionais, os Si CWB, com edições bienais. Entre os temas abordados estiveram a paisagem urbana da região central, a Linha Verde como eixo metropolitano, os vazios urbanos e as oportunidades que poderiam ter sido aproveitadas durante a Copa do Mundo de 2014”, relembrou.
Conhecendo a região

Com saída a pé por volta das 11h20, o grupo de trabalho do Laboratório de Reação Urbana do Vale do Pinhão percorreu algumas quadras do entorno do Engenho da Inovação – onde, até domingo (29), são realizadas as atividades do projeto. Assim, os participantes puderam analisar de perto o perfil das ruas, calçadas, edificações e quarteirões.
“Normalmente, quando passamos de carro pela região, não conseguimos prestar atenção em tantos detalhes. Gostei bastante da experiência”, contou o engenheiro Julian Dolcinasculo.
Já a comerciante Regina Turek ficou animada com as possibilidades que o novo Centro de Artes e Cultura Rebouças, em fase de idealização pelo governo do Estado para ocupar o imóvel da antiga cervejaria Ambev, vai gerar para a região. “Um centro cultural desse tamanho, ao lado do novo templo da IURD, vai trazer um movimento enorme para o Rebouças. Essas ruas sem vida vão precisar se adaptar, assim como os moradores e o comércio”, afirmou.

Ao percorrer a Rua Piquiri, deixando a quadra da R. Engenheiros Rebouças sentido R. Almirante Gonçalves, a mudança no visual urbano é bastante perceptível. “Claramente deixamos a zona industrial e entramos na zona residencial, das antigas vilas operárias, e foi só atravessar a rua. Os desafios para integrar uma região com tantos usos e funções são grandes”, analisou o arquiteto Wilson Schettini Neto.
O trajeto percorreu ainda duas quadras da Av. Marechal Floriano, que se configura como uma espécie de barreira tanto para o uso de pedestres quanto para a integração da região do Rebouças.
Trabalho em grupos
Durante a tarde, os participantes do Laboratório de Reação Urbana do Vale do Pinhão se dividiram em quatro grupos de trabalho: Metodologia, Diagnóstico, Participação Social e Propostas das Ações.

No sábado (28), serão feitos o desenvolvimento e a produção gráfica das propostas dos quatro grupos, para apresentação e debate entre equipes e fechamento do conteúdo. O encerramento do Laboratório acontece no domingo (29), a partir das 14h, com a apresentação dos resultados e diretrizes de cada uma das áreas.
Confira os registros da caminhada
*Especial para a Gazeta do Povo