Inmetro terá polo para certificar soluções urbanas para cidades inteligentes

André Nunes*
07/12/2017 18:45
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Soluções começam a ser implantadas a partir do segundo semestre de 2018. Foto: Divulgação

Um local em que podem ser testadas, na escala de uma pequena cidade, inovações urbanas como gestão inteligente de esgoto, água, refrigeração, transporte e energia elétrica. A partir do segundo semestre de 2018 isso se tornará realidade no Brasil. É o que prevê o Inmetro para o seu campus de Xerém, no Rio de Janeiro, que vai receber diversas tecnologias de comunicação e informação voltadas a tornar a infraestrutura e os serviços mais interligados e eficientes, a partir da análise de dados e informações.
O local será transformado em um Ambiente de Demonstração de Tecnologia para Cidades Inteligentes, projeto realizado pelo Inmetro em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “As empresas vão poder testar seus equipamentos e ver como eles funcionam ao longo do tempo, com as alterações de temperatura, de clima, de circulação de pessoas”, explica o presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo.
No Inmetro, as empresas poderão contar, também, com recursos como laboratórios, incubadora de projeto e salas para capacitação e disseminação de conceitos tecnológicos. “As Smart Cities são resultados do esforço conjunto em uma direção comum: o bem estar dos cidadãos. Transformar as cidades para servirem a sua população é o propósito fundamental do Inmetro nesse processo”, afirma o diretor de Administração e Finanças, Alex Assis, que está à frente do projeto. Até agora, já são 101 interessadas em participar do ambiente, com 141 soluções cadastradas em diversas áreas.
Foto: Divulgação
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O líder do projeto de cidades inteligentes pela ABDI, Carlos Frees, explica que estão mapeados 10 cenários para o projeto, que devem acontecer gradativamente. O primeiro é o de iluminação pública inteligente, com instalação de sensores e câmeras nos postes, permitindo que haja redução no gasto de energia elétrica e controle de tráfego e segurança. O segundo refere-se a mobilidade urbana e será integrado ao primeiro. No terceiro cenário, está prevista a disponibilização de veículos urbanos, como bicicletas ou carros compartilhados, e assim por diante.

“Showroom” para prefeituras

Depois de instaladas as primeiras soluções, prefeitos das cidades brasileiras serão convidados a ir até o campus do Inmetro para conhecer as iniciativas, que serão congregadas em uma espécie de “showroom” – para garantir que eles vejam aquilo que está, por exemplo, dentro de um poste ou debaixo do solo. “O objetivo é as empresas testarem e demonstrarem suas soluções aqui e que isso seja um incentivo às indústrias brasileiras colocarem suas tecnologias nas prefeituras”, conta o chefe da Divisão de Metrologia em Tecnologia da Informação e Telecomunicações, Rodolfo Saboia.
Diretor técnico da Agência Curitiba, Tiago Francisco vê com bons olhos a iniciativa. “Ao se desenvolver inovações, é preciso de um espaço para que sejam validadas e testadas. Não se desenvolve algo em laboratório e entrega para o mercado. É preciso vários processos e experimentação. E quando se desenvolve numa escala de cidade, tem que se testar numa cidade. Nesse sentido, a validação do Inmetro é essencial”, afirma.
Outra vantagem de o campus ser do Inmetro é pelo domínio de tecnologia em relação ao controle e certificação de produtos. “Oficialmente responsável pela metrologia e qualidade no Brasil, tanto de produtos quanto de certificações, o Inmetro faz avaliações que são garantia de desempenho. Dentro desse contexto, de ter uma espécie de ‘campo de provas’, tudo o que sair de lá acabará sendo uma contribuição para a sociedade”, acredita Celso Kloss, diretor da Paraná Metrologia.
*Especial para a Gazeta do Povo

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