Quem vê a flor da rosa do deserto aberta em tons vivos de branco, rosa e vermelho nem acredita que ela faz parte de uma suculenta. Famosas por suas folhas duras que raramente florescerem, essas plantinhas podem sim resultar em uma bela florada, desde que sejam do tipo certo para isso. A rosa do deserto é uma das espécies que chegam a florir diversas vezes por ano, com botões que se abrem e permanecem com vida por meses.
Em aspecto, a rosa do deserto pode até lembrar em parte uma azaleia, mas a origem e contexto de cultivo de ambas são consideravelmente diferentes. Enquanto que as azaleias vêm de regiões orientais como a China e o Japão, as rosas do deserto são originárias do Oriente Médio, da África Oriental e do sul da Arábia, segundo o paisagista André Possolli.
A origem determina uma série de fatores sobre esta variedade de suculentas, inclusive sua frequência adequada de rega e exposição ao sol. “As plantas de clima seco crescem mais devagar, pois são de ambientes austeros, que têm menos nutrientes, diferente da vegetação tropical. Uma planta de clima desértico não precisa competir pelo sol, seu objetivo não é ganhar altura, é sobreviver. Por isso não crescem tanto em altura”, explica. Apesar disso, a rosa do deserto chega a alcançar dois metros de altura em seu ambiente natural, onde pode sobreviver por quase duas décadas.
Cultivada em casas e apartamentos, no entanto, é raro que ela alcance este tamanho, mantendo alturas que variam entre os 20 e os 40 centímetros. A rega obedece o mesmo padrão recomendado para outras suculentas e cactus: molhar moderadamente o vaso, mas sem exagerar, para não afogar a planta. “Todas as plantas de clima seco precisam de água, mas não em exagero. Pode molhar, mas nunca deixar água acumulada. No verão, o ideal é regar uma vez por semana e, no inverno, a cada 15 dias”.
O que ela precisa em abundância, na verdade, é exposição ao sol. Guardar as rosas do deserto dentro de casa é o principal erro em seu cultivo – e você pode demorar para descobrir isso. “Se ela fica dentro de casa, vai desde o primeiro dia criando menos energia do que precisa para sobreviver. Como o metabolismo dela é lento, leva seis meses para morrer ou começar a ficar feia, então pode parecer que ela apodreceu de um dia para o outro, mas ela já estava morrendo desde o primeiro dia”.
Por conta dessa necessidade de luz e sol e pouca água, a melhor forma de cultivar uma rosa do deserto é optar por ambientes em que a planta receba luz do sol por pelo menos metade do dia, mas onde não esteja exposta a chuvas constantes – uma varanda coberta, por exemplo. E isso vale especialmente se o objetivo é que ela consiga florir. “Pense que, para uma planta gerar uma flor, ela precisa de muita energia e um contexto parecido com aquele de onde ela vem”.
Se bem cultivada, no entanto, o aspecto da rosa do deserto – uma raiz que gera flores – se torna surpreendente, segundo Possoli. “As suculentas têm hastes florais que dão uma flor pequena, mas não uma estrutura floral complexa como essa. No caso da rosa do deserto, ela é uma flor para ser polinizada, que lembra até a do hibisco, é uma flor mais complexa, mais elaborada”, diz.
*Especial para Haus