Pode ser um amplo gramado com várias árvores e flores, ou um cantinho íntimo com vasos dentro de casa. De verão ou de inverno. Com piscina, na sacada, na varanda ou embaixo da escada. São muitas as possibilidades para quem deseja cultivar um jardim e aumentar a beleza e a harmonia da residência.
“A família que decide ter um jardim precisa lembrar que as plantas são seres vivos e requerem cuidados permanentes. O convívio com elas é uma relação de troca”, diz a paisagista Cássia Dias.
Essa troca também beneficia os moradores que equilibram situações de tensão ao estar em contato com a natureza. “Escuto relatos de vários clientes contando que fizeram do cuidado com as plantas uma terapia para vida e melhoraram o convívio familiar”, diz Cássia.
A paisagista e professora do curso técnico em Paisagismo do Centro de Educação Profissional de Design, Artes e Profissões (Cepdap), Vera Ros, cita outros bons motivos para a prática. “Um pequeno jardim colabora para um melhor microclima, deixa o ambiente mais úmido e a temperatura mais amena. Não é preciso ser ambientalista para contribuir com o meio ambiente.”
Projeto
Mas antes de começar a plantar um jardim é preciso entender que cada paisagismo se destina a um determinado local, levando-se em conta o estilo arquitetônico do ambiente, gostos e preferências dos moradores, disponibilidade para cuidar das plantas, a presença de animais e crianças, luminosidade e características do solo.
“O ideal é que o paisagista trabalhe em parceria com o arquiteto, para prever questões hidráulicas e elétricas necessárias no jardim. Por vezes, o paisagista se depara com problemas de arquitetura, como um beiral que derrama água com muita força na grama”, comenta Vera. Ela explica que quando o projeto de paisagismo é pensado no mesmo momento do arquitetônico a harmonia entre os dois é maior. “Quando isso não é possível, o paisagista precisa estudar a arquitetura, além de todos os aspectos técnicos para definir que tipo de jardim ficará mais apropriado”, afirma.
O clima tropical do país e a disponibilidade de espécies são pontos favoráveis para a imaginação dos paisagistas que podem misturar elementos de jardins clássicos, como os modelos italianos e franceses, com plantas naturais do Brasil. “O clima de Curitiba é mais frio e se trata de uma cidade alta. Diante disso, é preciso adaptar as espécies e ter algumas com ciclo de vida longa”, diz a paisagista Vera Cortes.
Para um jardim bonito o ano todo, a dica é ter plantas que cheguem à exuberância em épocas diferentes. “Há flores ou folhagens para todas as épocas do ano. Por isso, a importância de uma consultoria para escolher as melhores espécies”, sugere o gerente da floricultura Esalflores, Bruno Esperança.
Mesmo em espaços pequenos, não há desculpa para deixar de cultivar uma planta. “Há espécies próprias para interiores. Pode-se ter uma jardineira ou uma horta vertical em um apartamento pequeno. Mais importante que o tamanho é o cuidado e o prazer que o jardim e as flores proporcionam”, ressalta Vera Ros.
