Piscina natural em casa alia sustentabilidade com visual surpreendente
Espelho d’água da Ecosys com mais de 700 m² para casa de campo em Itaipava projetada por Bernardes+Jacobsen. Fotos: Divulgação
Se você ainda tem dúvida de que o morar contemporâneo caminha cada vez mais para um resgate da interação com a natureza, olhe de novo. O crescimento da presença das piscinas naturais em projetos de paisagismo é prova disso. Afinal, são instalações que ganham aspecto de lago com folhagens exuberantes, peixes e pedras, tornando-se o grande centro de permanência das residências. “É uma aventura controlada em seu próprio jardim”, sentencia o engenheiro agrônomo Guy Retz Godoy dos Santos, da Ecosys, empresa brasileira especializada na construção desse tipo de piscina.
A solução que surgiu na Áustria em 1984 atende por diferentes nomes, como lago de mergulho, piscina natural, biológica ou ornamental. Além de reproduzir um refúgio aquático, seu grande diferencial está no sistema de filtragem livre de produtos químicos. Virou sinônimo de uma experiência bem mais agradável com a água. Sem ardência nos olhos ou ressecamento da pele e do cabelo, já que a função do cloro das instalações convencionais é assumida por caixas com filtros biológicos e esterilizadores ultravioleta, plantas e peixes.
“A atitude das pessoas muda. Desperta um comportamento mais contemplativo em crianças e adultos, que passam a admirar a paisagem e observar os peixes”, defende Retz. “Traz de volta a possibilidade do contato com a natureza, ajudando até na educação ambiental dos pequenos.”
De acordo com a empresa austríaca Biotop, referência mundial na tecnologia, somente metade da área total destinada à piscina vira espaço de natação. O restante é dedicado às plantas e ao sistema de filtragem, sob o nome de área de recuperação da água. O custo varia de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil o metro quadrado, dependendo principalmente do revestimento utilizado, que vai desde pedras rústicas até cerâmica. Comparativamente, a piscina natural exige um investimento 50% mais caro que uma piscina convencional de alto padrão.
A manutenção é quase zero. Ela só precisa ser feita uma vez ao ano, somente nas caixas de filtragem. E em geral não é necessário dar ração aos peixes, que se alimentam naturalmente de algas e insetos. “A não ser esporadicamente para se divertir e ver os peixes comerem na sua mão”, conta Retz.
As plantas mais utilizadas são as ninfeias, aquelas do jardim de Monet, que parecem vitórias-régias menores e com flores. Sem falar nos lírios do brejo e nas bananas d’água. Entre os peixes, a preferência é por espécies tropicais. Dos pequenininhos tipo cardume, que chegam até 5 cm, estão Mato-grosso e bagos. Para quem preferir os maiores: dourado, pintado e piraputanga. “Não tem como fazer piscina natural sem peixes. Eles forçam a sujeira do fundo a levantar e chegar à filtragem, e ajudam a acabar com larvas e mosquitos. Por isso, a piscina não atrai doenças.”