Paredes vivas

Bruna Covacci, especial para a Gazeta do Povo
23/01/2014 02:28
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Parede interna recoberta por plantas, em projeto desenvolvido pelas arquitetas Fernanda Borio e Luciana Moura

Desde que foram colocados na vertical, para amenizar a falta de áreas verdes nos centros urbanos, eles viraram moda e ganharam condições para ocupar qualquer parede, seja ela interna, externa, muro ou fachada. “O método foi criado pelo botânico e paisagista francês Patrick Blanc, que criou uma ponte esverdeada, a Pont Max Juvénal, em Aix em Provence, no sul da França. Depois disso, a Europa toda começou a ganhar novos jardins verticais e a mania se espalhou pelo mundo”, explica a paisagista e arquiteta Luciana Brandão. E, segundo ela, esse tipo de jardim oferece os mesmos benefícios dos horizontais, como trazer a natureza mais para perto.
O arquiteto e urbanista Flávio Egydio de Carvalho explica que, entre marcas e tecnologias, existem basicamente duas soluções para os jardins verticais. A primeira é mais simples e feita com recipientes individuais, como vasos de plástico ou barro, floreiras, garrafas pets ou embalagens de enlatados. A segunda é uma plantação contínua, que necessita de mais estrutura, podendo ser feita em calhas, blocos de concreto ou quadros vivos. “Qualquer parede pode receber um jardim vertical, seja de alvenaria, madeira, metal ou pedra. Em casos muito específicos podemos fazer uma avaliação para viabilizar a instalação e recomendar alguns cuidados”, explica Renato Breuel Gonçalves, Diretor da Thermo­Green Tecnologia Ambiental, empresa especializada na instalação desses jardins. De acordo com ele, existem sistemas que permitem a montagem em locais onde não existem paredes, como uma divisória de ambientes que contém plantas em ambos os lados”, diz.
Embora a execução não seja complicada, não é tão simples como plantar no chão, pois as plantas estão em um sentido diferente de recebimento de luz, água e nutrientes. Para a escolha da planta o ideal é consultar um paisagista para que ele avalie com cuidado as condições físicas do local (incidência da luz solar, umidade, temperatura ambiente). O preço de um jardim vertical pode ir de R$ 200 até R$ 1,6 mil (o m²), dependendo da técnica utilizada.
PreserveConheça os cuidados necessários que você deve ter com o jardim vertical
Independentemente do método utilizado para a instalação do seu jardim, há cuidados essenciais e específicos para que ele dure e permaneça florido e verdinho. Luciana Brandão explica que o básico é irrigar e adubar frequentemente. Quando o jardim é individual, por exemplo, a dica da arquiteta é a de colocar o dedo nos vasos para verificar se o solo está muito encharcado ou seco. “Como o jardim é verticalizado, a água penetra pouco nas plantas. Por isso, às vezes, eles exigem mais irrigação que os jardins tradicionais”, conta.
Ela explica que existem duas possibilidades de regar, seja com regador ou técnica de gotejamento. “Na segunda opção, basta inserir uma pequena mangueira perfurada no substrato da planta, assim, o temporizador regula a distribuição das gotas”, explica. Conversar com um arquiteto e pensar na melhor solução quanto à instalação do sistema de irrigação pode facilitar questões de limpeza, organização e também custo benefício. “Para não molhar o chão costumamos utilizar calhas para reter o excesso de água”, diz. Vale lembrar que a quantidade de água necessária varia entre as espécies de plantas. A poda segue a mesma lógica.
Jardim vertical desenvolvido para o ambiente da piscina com a tecnologia ThermoGreen