Para quintais e sacadas mais verdes no verão

adrianoj
20/11/2009 02:54
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Fazer um jardim em uma cidade como Curitiba e um na praia, porém, são coisas totalmente diferentes. O litoral tem um clima mais agressivo: temperaturas mais elevadas, alta umidade relativa do ar e solo arenoso. Se a residência estiver à beira-mar, as diferenças são ainda mais severas. “No nosso Litoral a incidência do vento sul é muito forte, além da salinidade que restringe ainda mais a escolha das plantas. Repare em praias ainda com vegetação como temos poucas plantas altas. Não é fácil sobreviver ali”, frisa a engenheira florestal especialista em Paisa­­gismo, Diacuy de Mesquita Fialho Crema.
Ela ressalta que o grande vilão de um jardim no Litoral é o vento. “Se o local for mais protegido teremos mais possibilidade de sucesso e também uma variedade bem maior de espécies para usar.”
Saber colocar cada planta em seu lugar (as que precisam do sol, no sol, as que gostam de sombra, na sombra, e as que não resistem ao vento, bem protegidas) é parte fundamental de um projeto de paisagismo e que influenciará a manutenção do jardim. “Uma planta mal posicionada significará podas mais frequentes, ataques de pragas e doenças e, muito provavelmente, uma aparência sempre feia”, frisa Diacuy.
Para o arquiteto e paisagista Benedito Abbud, que assina projetos de paisagismo residenciais, comerciais e de caráter público em vários cantos do Brasil, mais do que os tipos de plantas usadas, o grande destaque de um jardim é o artifício de surpresa que provocam a sensação de beleza e bem-estar ao se caminhar pelo jardim. “A dica é mesclar espaços estreitos, sombreados e menos iluminados com ambientes amplos e claros, causando diferentes tipos de sensações. Vale também criar áreas de sombras, como pergolados, caramanchões ou árvores estrategicamente colocadas”, ensina o arquiteto que fez exatamente isso em duas residências de praia do Gua­­­rajá, litoral de São Paulo. Ca­­­minhos bem delineados e espaços que “enquadram” e integram a vista das residências com o espaço do jardim são característicos dos projetos de Abbud.
Espreguiçadeiras, sofás e mesinhas resistentes às intempéries são os móveis ideais para uma varanda com jardim. “Próximo da piscina os pisos devem ser atérmicos (não absorvem calor e permitem que se ande descalço sem queimar os pés) e antiderrapantes. Há uma variedade enorme de produtos assim no mercado”, lembra Diacuy. Para quem não tem piscina em casa, uma boa dica é a instalação de uma ducha.
Plantas
Além das nativas, as plantas tropicais em geral são as indicadas para um jardim de praia. “Helicônias, palmeiras, bromélias, marantas e calarias, filodendros e samambaias, que estão na moda novamente, entre outras”, sugere Diacuy (veja na próxima página uma lista de plantas indicadas para jardins de praia).
As palmeiras, entre as quais os coqueiros, são sempre interessantes para jardins de praia porque dão verticalidade ao ambiente. “Tam­­­bém não desprendem folhas com freqüência e as folhas secas, que ainda estão na copa, são facilmente visíveis e removíveis”, diz Abbud. Ele também aconselha o uso de arbustos de folhas grandes e mesmo os floríferos para dar cor e vida ao jardim.
Sacadas e terraços
Em apartamentos e coberturas uma dica é capturar a paisagem interessante do entorno, trazê-la para dentro da varanda e ampliar visualmente esse espaço. “Para isso é preciso identificar a paisagem bonita da varanda que deve ser evidenciada e a feia que deve ser escondida, as plantas podem ter essa função, dependendo do volume”, diz Abbud. Exemplo: em varandas pequenas, é possível usar meios vasos, junto às paredes, com tutores para trepadeiras, porque ocupam pouco espaço.
As espécies devem ser escolhidas conforme a insolação e o vento que, em geral, assolam as varandas. “As camélias e clúsias são plantas de sol, enquanto que as palmeiras rhapis e chamaedorea são de sombra”, exemplifica Abbud. Plantas de folhas grandes não devem ser usadas já que com o vento elas se rasgam e ficam feias.
Como muitas vezes, nestes espaços, as plantas estão restritas a vasos e floreiras, as reservas de nutrientes e água são menores. “Por isso plantas como cactos, suculentas, agaves, algumas espécies de palmeiras, e plantas originárias de locais agrestes de uma maneira geral se adaptam bem”, recomenda Diacuy.
Abbud ressalta que a escolha das plantas está ligada ao estilo que se pretende dar ao jardim. Nas varandas formais, com arcos, nichos, móveis e peças antigas, podem ser usados vasos com guirlandas, plantas podadas em bola ou cone e cercas vivas.
Nas varandas tipo gazebo com treliças nos tetos ou paredes móveis brancas ou de palha natural, as plantas frutíferas, floríferas e aromáticas em vasos são uma boa opção.
Já nas do tipo zen, que tem espreguiçadeiras confortáveis, velas e canteiros de pedrisco, as plantas ideais são as escultóricas, tipo bambu mossô em vasos com design oriental, ciccas e phoenix.