Jardim em vasos é solução para pequenos espaços

Imagine um jardim. O que vem à mente: muitas flores, um vasto campo com grama e árvores frondosas? Reformule este conceito! Pense em uma área somente com vasos, muitos vasos, e também terá um jardim. O jardim em vasos é um modo de romper com a aridez das calçadas e trazer verde para espaços pequenos. Mas não é exclusividade de quem não tem lugar para cultivar. Ele representa uma alternativa inusitada e cheia de estilo para ambientes externos.

“Uma das vantagens dos jardins em vasos é poder mover as plantas com mais facilidade, seja para mudar a decoração, seja para tratar aquelas que estão doentes, sem afetar as outras”, conta Patrícia Belz, proprietária da Borealis, loja de plantas para casa. A grande sacada é poder personalizar e ter um contato maior com a natureza— mesmo que encapsulada em recipientes.

E o gasto pode ser menor do que se imagina. Uma solução empregada por Belz, na área externa do Botanique, café anexo à Borealis, foi pintar vasos de plástico ou passar terracota. Outra alternativa é utilizar cachepots de diferentes estampas, se possível de tecido impermeável, para ter durabilidade.

O mobiliário comum de sala ou quarto também pode entrar no jardim. Às vezes até o que existe em casa pode adquirir novas funções dentro do jardim, como uma estante ou escrivaninha, trazendo verticalidade e diferentes volumes ao espaço. “Tudo pode ser reaproveitado”, conta a paisagista Cláudia Canales.

É necessário observar algumas questões na hora de criar um jardim em vasos. Cláudia indica seguir esses cinco passos: delimitar a área utilizada; verificar a insolação do local, ver em que período do dia bate sol (ou se há apenas sombra); analisar quais tipos de plantas podem entrar no ambiente; adquiri-las e, por fim, experimentar onde cada vaso e espécie fica melhor dentro do jardim, criando texturas com diferentes plantas e cores.

Vale lembrar que plantas em vasos precisam de mais cuidados, se comparadas àquelas fincadas em solo. Adubação e rega periódicas são essenciais para manter o jardim saudável, além de observar o tempo, se chove muito ou pouco. A troca de terra ou inserção de adubo deve ser feita a cada dois meses. Independentemente do material, os vasos devem ter um dreno para água. Outro cuidado é colocar areia nos pratos sob os vasos, evitando o criadouro e a proliferação de mosquitos.

O conceito de urban jungle, com plantas tropicais de diferentes texturas, é empregado na área exterior do Botanique, café e bar anexado à Borealis. As lojas ficam em uma residência construída nos anos 1950. Patricia Belz, que é proprietária da Borealis e sócia-proprietária do Botanique, aproveitou as janelas, que seriam descartadas pelo dono, para usá-las como elemento de decoração e estante para as plantas. Os plafons antigos, que ficavam nos banheiros, tornaram-se vasos. Plantas do jardim em vasos: Helicônia bihai, pleomele, agave, palmeira, hibisco, cacto, costela de adão, comigo-ninguém-pode.

O jardim criado pela paisagista Cláudia Canales para sua casa em Campo Largo é o xodó da família. “A sala só usamos para ver tevê, o espaço de convívio é aqui”, conta a profissional. Com cerca de 10 m², o projeto se aproveita da verticalidade para promover a imersão no verde. Entre vasos suspensos (abaixo) e pequenas estantes que acomodam as plantas, até a escrivaninha do filho entrou na jogada: as gavetas abertas também receberam vasos. Plantas do jardim em vasos: Hera, plectranthus, lírio-da-paz, samambaia, dinheiro-em-penca, coléus, calatéias e orquídeas.

Plantas de sol: cactos, suculenta, agave, pleomele, plectranthus, hibisco, dinheiro-em-penca, bico de papagaio.

Plantas de meia-sombra: jiboia, columéia, costela de adão, pacová, lírio-da-paz, antúrio, filodendro, pimenta.

Plantas de sombra: maranta, samambaia, begônia, espada de São Jorge, fitônia, avenca, asplênio, tilândsia.

* colaborou André Eduardo dos Santos Filho.