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Segurança em risco: teste reprova quatro modelos de cadeiras plásticas

HAUS
18/06/2018 18:20
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Cadeiras das marcas Antares Boa Vista, Dolfin Micaela e Grosfillex Cantareira foram reprovadas nos testes da Proteste. Foto: Reprodução/Proteste

Você já sentou em uma cadeira de plástico e percebeu que ela estava rachada ou quebrada? Infelizmente este não é um acontecimento incomum. A Associação de Consumidores Proteste testou cinco modelos do produto com classificação A (residencial) para descobrir o nível de segurança de cada uma. Conforme o informe publicado na última terça-feira (29) pela associação, a maioria dos modelos apresentou resultados negativos no quesito segurança.
Foram analisadas cadeiras de cinco marcas: Pisani Regia, Tramontina, Antares Boa Vista, Donfin Micaela e Grosfillex Cantareira. Na análise de marcação e identificação; dimensões e aspectos todas as empresas foram aprovadas com avaliação máxima.
Já em relação à segurança, apenas a cadeira da Pisani Regia foi classificada como um produto de boa qualidade. O produto da Tramontina recebeu apenas uma de cinco estrelas na avaliação, enquanto as cadeiras da Antares Boa Vista, Donfin Micaela e Grosfillex Cantareira foram eliminadas por representarem perigo a seus usuários.

O teste

O teste feito simula o impacto ocorrido quando uma pessoa senta de forma abrupta na cadeira plástica. Para isso, uma massa de 68 quilos foi solta em queda livre a 15,2 cm de altura da cadeira, por dez vezes seguidas em 20 amostras de cada marca testada. Foi aí que as marcas Dolfin Micaela, Antares Boa Vista e Grosfillex Cantareira apresentaram resultados alarmantes e foram eliminadas do teste. A Dolfin Micaela teve problemas em 19 das 20 unidades testadas. Já as cadeiras da Antares Boa Vista e Grosfillex Cantareira tiveram danos em 16 e 8 amostras, respectivamente.
Foto: Reprodução/Proteste
Foto: Reprodução/Proteste
A Tramontina Atalaia apresentou fratura do assento em um dos modelos testados. De acordo com a Proteste, por parecer ser um problema pontual, ela não foi eliminada, mas teve sua avaliação final limitada, já que o consumidor que adquirisse aquela unidade específica correria riscos de sofrer um acidente.
Os produtos da Pisani Regia foram os únicos que não apresentaram defeitos e que foram considerados seguros.
A associação informou que foram realizados ainda outros dois ensaios: um que simula o consumidor sentando somente nos dois pés traseiros; e outro que simula o uso contínuo do produto pelo consumidor. Em ambos os testes, nenhuma falha foi encontrada nos itens avaliados.

Segurança em risco

Acidentes envolvendo cadeiras de plástico quebradas representam risco à saúde, com possibilidade de fraturas de membros, bacia e espinha dorsal, além de torções, perfurações e hematomas. Por esse motivo, a Proteste solicitou a atuação do INMETRO e da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para a retirada dos lotes testados das marcas Antares Boa Vista, Dolfin Micaela e Grosfillex Cantareira do mercado.
“Os resultados globais foram lastimáveis, ainda mais por se tratar de um produto certificado, ou seja, que passa pelos mesmos ensaios que foram realizados, antes de poder ser comercializado”, concluiu a associação.

Resposta das empresas

Em nota à HAUS, a Dolfin Micaela informou que não reconhece os resultados apresentados nos testes da Proteste. No entanto, os procedimentos de controle de qualidade da empresa serão reavaliados. “Prezando pela qualidade de seus produtos e satisfação dos seus clientes e consumidores, (a Dolfin) realiza testes e ensaios rotineiros e periódicos que abrangem toda a linha de produtos comercializados pela companhia, que apresentam resultados satisfatórios de acordo com a legislação vigente”, informa.
A Antares Boa Vista também relatou que as cadeiras da marca são certificadas e aprovadas pelo Inmetro. O analista de qualidade da empresa, Giliarde Marcelo, afirmou que são realizadas testes semestrais com amostras colhidas no comércio, conforme determina a legislação. “No dia 30 de março de 2018 realizamos os testes no Laboratório Falcão Bauer, credenciado pelo Inmetro, em nossos três modelos de cadeira, e como pode ser consultado no site do Inmetro, as três cadeiras estão com ensaios em dia, ou seja, aprovados”, indica Marcelo.
A empresa Grosfillex Cantareira informou à reportagem que o produto é certificado pelo Inmetro pelos requisitos de avaliação de conformidade através das portarias 341/342 de 22/07/2014, na categoria A uso doméstico até 154 kg, não apresentando nenhum problema em seus testes. A empresa salientou ainda que oferece três anos de garantia no produto contra defeitos de fabricação, e que os testes podem ser verificados no site da empresa. “Este produto é comercializado há anos, e não temos nenhuma reclamação de quebras”, diz a nota.
A Tramontina não se posicionou sobre o assunto até o fechamento da reportagem. No dia 15 de junho, a empresa enviou a seguinte nota, que segue na íntegra: “Sinônimo de tradição e confiança por 107 anos, o compromisso com a qualidade é marca registrada da Tramontina. Todos os lotes de cadeiras fabricados pela marca são testados a partir de amostras baseadas na Norma NBR 5426, além dos ensaios obrigatórios a cada seis meses definidos pelas Portarias do Inmetro:  341/14 e 342/14. Ambos são realizados em laboratório acreditado pela Cgcre, garantindo assim que os itens comercializados pela Tramontina atendam as normas específicas do produto”.

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