Vintage tropical
Manifesto Haus
Móveis de herança da família são peças-chave em projeto com mistura de estilos
Peças dos anos 1950 passadas de geração em geração ditaram o tom da decoração vintage do apartamento de 250 m² | Marco Antônio
Um apartamento adquirido na planta, recém-entregue e com liberdade para o arquiteto exercer a criatividade. Nesse projeto residencial que hoje é o lar de uma advogada, um empresário e seus dois filhos, o arquiteto Robert Robl pôde ousar na criação dos espaços, tendo como ponto de partida um único pedido: usar, na decoração, um sofá e duas poltronas da família que estavam guardadas em um depósito há anos.
As peças dos anos 1950 com valor emocional foram reformadas e ditaram a pegada vintage que o profissional aplicou na construção da identidade do apartamento de 250 m². “Algumas peças remetem ao art déco, passando pelo mid century com design brasileiro que vai dos anos 1950 aos 1970. Isso aparece no mobiliário, nos lustres dos anos 1960 e nas gravuras de época, por exemplo”, diz Robl.
O tom de azul acinzentado das paredes e teto do living remete à paleta de cores modernista de Le Corbusier e faz fundo para as peças garimpadas, herdadas e as novas com perfume vintage. “Na sala de estar optei pelo veludo azul para as poltronas e cinza para o sofá. O lounge da varanda-bar tem poltronas em veludo verde esmeralda e banco em couro verde.”
Ainda na sala de jantar, a madeira dialoga com ferro preto e o tecido neutro das cadeiras, que compõem com o verde do tapete e do papel de parede tropical. O arquiteto também desenhou ainda um buffet em laca cinza com as portas revestidas em couro e puxadores dourados, atendendo a um pedido da moradora. O mesmo papel que reveste o painel do jantar foi aplicado em um nicho da cozinha.
A estrutura original do projeto passou por poucas transformações, como a integração da varanda com a sala de estar para ampliar a área social do imóvel. Para isso, foi retirado o caixilho e o piso entre os ambientes foi nivelado. “Na área íntima, um dos quartos virou closet do casal”, conta o arquiteto. Também com pegada retrô, o quarto do casal ganhou ares cinquentistas com o uso do couro laranja envelhecido na cabeceira e o do papel de parede escandinavo.