Tratamento de esgoto particular e outras 3 tecnologias para tornar uma construção sustentável

Quando alguém fala em inovação, é comum imaginarmos algo distante, ainda em processo de aprimoramento e pouco palpável para aplicação prática ou imediata. Mas nem sempre é assim. Existem soluções tecnológicas recentes e inovadoras, centradas em técnicas construtivas, mobilidade, sustentabilidade e desenvolvimento das cidades que já estão disponíveis para o público.

Muitas delas, vêm de startups que trazem ideias fresquinhas, enquanto outras são fruto da evolução do trabalho de companhias já tradicionais do setor. O Campus Rebouças e Inovação e Aceleração – CRIA CWB foi inaugurado na região do Vale do Pinhão na última quinta-feira (12) e reuniu cerca de 30 startups e empresas durante o seu evento de lançamento, a maior parte delas dedicadas a inovações para o setor de construção civil.

Reunimos algumas das tecnologias apresentadas durante o evento para mostrar que a inovação pode estar mais parto do presente do que muita gente pensa quando se fala nela.

Quanto custa cada visita ao seu terreno e à sua obra? E quanto tempo cada profissional dedica à tarefa de visitar e acompanhar o desenvolvimento da mesma? A empresa curitibana de consultoria Smart Sky propõe uma solução que permite automatizar parte do processo utilizando tecnologias recentes como laser scan e drones. Por meio dos drones, é possível prospectar a área que vai ser construída e levar as informações do campo para o escritório.

O CEO da Smart Sky, Chase Olson, explica que é possível utilizar drones na construção em diferentes fases do processo, o que possibilita estimar e prever custos. “Com isso, nossos clientes estão conseguindo uma redução de 20% a 30% no custo operacional. Em um projeto de R$ 10, R$ 20 milhões, isso gera uma economia muito grande“, detalha, explicando que o uso dos drones também acelera os processos.

“Na parte de prospecção, nenhuma empresa hoje investe no terreno antes de comprar, então não contrata topografia, análise ambiental, porque é custo que não quer ter. Com o drone, ela ganha isso na primeira visita, então consegue começar um projeto básico antes de comprar o terreno. Estamos falando de seis meses de redução de tempo”, completa.

O tratamento de esgoto é um dos maiores desafios de quem se preocupa com o meio ambiente. Como tratar a água e os rejeitos das grandes cidades de maneira mais sustentável, menos prejudicial aos diversos biomas e sem gastar fortunas de manutenção?

A proposta da EBio apresentada durante o lançamento do CRIA CWB é uma solução que promete aliar tecnologia ambiental e simplicidade operacional. A empresa criou uma estação de tratamento à base de um reator SBR que pode ser projetada nas próprias residências dos usuários, a ETE BIO. Nesta, dois tanques dividem as tarefas de receber e armazenar o esgoto e de fazer o tratamento aeróbico dos dejetos.

A grande sacada da ETE BIO, uma tecnologia alemã, é fazer o tratamento a nível doméstico, sem a utilização de componentes elétricos ou mecânicos, baseando seu funcionamento na aeração e na sedimentação dos resíduos.

Foi mais de uma década de aprimoramento até a HM Rubber chegar à solução de impermeabilização que foi aplicada no prédio do CRIA CWB. Revestimento protetivo para metais, telhados e lajes, ela consiste em uma aplicação à base de borracha líquida que pode aumentar a durabilidade das superfícies em até 20 anos, mesmo em ambientes com maresia.

Desenvolvida a partir da nanotecnologia, a borracha líquida é composta por microesferas ocas que refletem a luminosidade e o som. Por isso, além da conservação das superfícies, a impermeabilização com borracha líquida também contribui para a iluminação e o conforto térmico e acústico do ambiente, que pode ser tanto residencial quanto fabril ou empresarial.

O mesmo composto que é utilizado para fazer o peeling no seu rosto, também pode ser usado para limpar o seu prédio. O ácido glicólico é uma das bases orgânicas utilizadas pela Nano4You para a elaboração de produtos menos agressivos para manutenção residencial ou predial e limpeza de ambientes externos, como a higienização pós-obra ou de espaços públicos.

Biodegradáveis e não corrosivos, os produtos de limpeza com base orgânica levam menos de um mês para se decomporem, o que agride muito pouco o meio ambiente após sua aplicação. Além disso, a empresa utiliza tecnologia francesa, alemã e brasileira no emprego de nanotecnologia para composição de produtos que fazem a limpeza de alta performance de espaços com pichação, para remover o grafite sem degradar a superfície e sem o uso de poluentes.