Sustentabilidade e mudanças climáticas ganharam protagonismo em discussões sobre smart cities

San José, capital da Costa Rica, foi um dos exemplos apresentados como cidades que se preocupam com impacto das mudanças climáticas. Foto: Bigstock
Um dos temas que permeou a segunda edição brasileira da Smart City Expo foi a discussão sobre cidades mais sustentáveis e resilientes. Um dos exemplos veio da Costa Rica. A assessora em sustentabilidade da primeira dama do país, Andrea San Gil León, mostrou as diretrizes do Plano Nacional de Descarbonização (2018 a 2050), voltado para a mobilidade sustentável, produção de energia sustentável para a indústria e gestão de resíduos.
“Houve dificuldade em identificar necessidades e a vulnerabilidade de cada município no cenário atual e futuro. A transformação urbana impacta nas mudanças climáticas.” Para Andrea, os projetos às vezes não dão certo por falta de governança e adaptação aos atores locais. “É preciso rastrear a competência dos diferentes atores e realizar alianças com o setor privado para promover mudanças nos hábitos da sociedade.”

O palestrante Carlos Rath, da empresa norte-americana RS21 Resilient Solutions, falou sobre os desafios das mudanças climáticas e do entendimento do tema. “Usamos apenas 1% das informações disponíveis. É preciso atrelar o big data à necessidade de definição de estratégias de uso, inclusive para enfrentar as mudanças climáticas“, explicou Rath.
O uso de dados pode ajudar a tomar melhores decisões nesses casos, ressalta. “Por meio de estudos utilizando determinadas tecnologias, pode-se otimizar as áreas verdes em grandes cidades. Do mesmo modo que traçamos cenários de como cidades serão afetadas por furacões nos Estados Unidos.”

Avanços e retrocessos curitibanos
A assessora de captação de recursos da Secretaria Municipal de Planejamento de Curitiba, Ana Cristina Wollmann, reforçou que desde 2008 as emissões de CO2 na capital vem crescendo e, com isso, “temos visto mais chuvas pesadas, intensas e em pouco espaço de tempo”. A mobilidade tem impacto nos índices de emissão de poluentes. “Curitiba sempre foi referência em mobilidade, mas agora precisa encarar novos desafios para mudar esse cenário.”

Complementando o cenário curitibano, a secretária municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Marilza Carmo Oliveira, destacou que a capital está no patamar de 23,6% no índice de reciclagem e associa esse bom número ao engajamento dos moradores (na capacidade de mudar hábitos) a política pública neste tema. “É preciso integrar a população nessas causas.”
*Especial para Gazeta do Povo