Greca estuda trazer trem futurista de Elon Musk a Curitiba; empresa quer centro de inovação no BR
Tecnologia do Hyperloop ainda está em desenvolvimento. Empresa quer criar centro brasileiro em Contagem (MG). Foto: divulgação/Hyperloop
Quem esteve na Smart City Expo 2019 pôde conhecer o projeto Hyperloop, um sistema que alia a velocidade de aviões a um modelo de negócio de cápsulas de transporte em terra, idealizado por Elon Musk. Quem apresentou esse projeto que pretende revolucionar a mobilidade nas cidades foi o estusiasta e figura irreverente, o italiano Bibop Gresta.
Com 30 metros de comprimento, cada cápsula tem capacidade para transportar de 28 a 40 pessoas a velocidade de até 1.223 km/hora. A projeção é de transportar até 160 mil passageiros por dia em tubos a vácuo por meio de levitação magnética.
Durante o evento em Curitiba, Gresta conversou com o prefeito da capital paranaense, Rafael Greca. “Tivemos uma conversa inicial positiva. Greca me pareceu uma pessoa de muita sabedoria e coragem. Mas não temos nada acertado no momento”, revelou Gresta.
O italiano reforçou que Curitiba tem uma história de inovação em transporte e uma vontade política de atualizar novos sistemas e soluções. “O país tem grandes possibilidades de resolver o problema de transporte, especialmente o de carga. Em Curitiba, existe a possibilidade técnica concreta de implementar uma tecnologia como Hyperloop. Curitiba e o Brasil necessitam de soluções em transporte. Perde-se muito tempo com o tráfego.”
No Facebook, Greca disse que pediu a Gresta, em italiano, um pré-estudo de viabilidade para avaliação. No site da Prefeitura, Greca comentou que “em uma perspectiva futura, a tecnologia poderia ser implementada em uma ligação de médias distâncias tendo como eixo a Linha Verde, por exemplo, de Colombo a Fazenda Rio Grande. É um processo, no entanto, que dependeria de estudo de viabilidade técnica e econômica.”
Em terras brasileiras, a empresa Hyperloop quer implantar um Centro Global de Inovação em Logística, em Minas Gerais. No momento, ainda está em andamento a concretização de parcerias. “Estima-se em 32% a perda de alimentos durante o transporte. Há necessidade de se reduzir distâncias, com eficiência e velocidade. Precisamos repensar a logística do futuro”, disse Gresta durante a palestra.
Um brasileiro embala o “trem do futuro”
Mineiro, nascido em Campo Belo, Rodrigo Sá é diretor de negócios internacionais da Hyperloop. É o responsável pela negociação das licenças de tecnologia e acordos. Aos 30 anos, Sá se identificou fortemente com as ideias de Bibop Gresta quando o conheceu em um evento na Áustria em 2016.
Formado em Negócios Internacionais pela Fundação Getúlio Vargas em Minas, Sá teve algumas startups antes de começar a trabalhar com Gresta. “Sempre tive vontade de mudar o mundo. Pensava nisso desde os meus 15 anos e me identifiquei muito com a visão de Bibop. É uma realização.”
Antes de começar a trabalhar com o Hyperloop, Sá manteve conversas com Gresta ao longo de cinco meses. “No fim de 2016, ele pediu para eu ir até Abu Dhabi só para observar o projeto e lá conheci toda a estrutura envolvida. Na hora que vi tudo aquilo e o projeto em andamento, tomei a decisão de ficar. Comecei no setor de desenvolvimento de negócios para América Latina, Coreia e Escandinávia. Fechei cinco acordos nesse período, levantei recursos para a empresa e fui promovido a diretor.” Hoje, há acordos com 12 países em andamento.
No Brasil, comenta Sá, além de um projeto prévio de trajeto de apenas 6 minutos e 37 segundos entre Campinas e São Paulo, de 80 km, apresentado na Smart City Expo 2019, “a gente quer avaliar futuramente também o trajeto Curitiba-Florianópolis”, adianta.