Tecnologia de realidade virtual é aposta das construtoras para encantar clientes

Sharon Abdalla
Sharon Abdalla
02/07/2017 21:52
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Depois do realismo dos apartamentos decorados, as plantas virtuais se tornaram as novas aliadas das construtoras na tarefa de encantar os clientes e diferenciar seus produtos frente à concorrência. Com o auxílio dos óculos 3D, elas permitem ao potencial comprador conhecer detalhes do projeto e se sentir “dentro” do apartamento, mesmo que as torres ainda nem tenham saído do chão.
“Os óculos trazem a imagem periférica, como se a pessoa estivesse em um ponto fixo dentro do ambiente e olhasse para todos os lados, em escala real. Assim, é possível ter noção da altura do prédio, do pé-direito e do tamanho dos cômodos”, explica André Marin, diretor de incorporação da construtora Laguna, que utiliza a ferramenta há cerca de um ano.
A seleção dos ambientes que se pode “visitar” por meio do equipamento é feita por cada construtora, que pode limitá-la à sala e às suítes do apartamento, por exemplo, ou incluir até as áreas de lazer. O mais comum, no entanto, é que as imagens apresentem todos os ambientes da planta privativa do imóvel.
O “roteiro” do tour virtual também varia de acordo com a proposta de cada empresa. Nos projetos do Grupo Thá, por exemplo, o cliente inicia a visita pela sala e a mudança para os demais ambientes ocorre automaticamente, em intervalos de 30 segundos. “É como se fosse um vídeo, com trilha sonora e uma locução que conduz o cliente nesta visita”, acrescenta Fernanda Lemes, gerente de marketing do grupo.
Inauguração Maison 29
Inauguração Maison 29

Praticidade

Outro importante diferencial que os óculos de realidade virtual oferecem para as construtoras é a facilidade de se poder “levar” os apartamentos até os clientes, como destaca Silvia Fernandes, gerente de incorporação da Cyrela, que utiliza a tecnologia desde 2013.
“Hoje, usamos os óculos apenas no que chamamos de pontos avançados, ou seja, nas feiras e eventos de que participamos. Assim, temos mais facilidade para atender os clientes que não podem se dirigir ao apartamento decorado para conhecê-lo”, explica.
Apesar dessas vantagens, os óculos 3D ainda têm uma limitação, que é o fato de a pessoa não poder se “movimentar” dentro do ambiente. Tal restrição, no entanto, está com os dias contados.
A empresa DH Virtual Reality, instalada em São José dos Pinhais, lançou há cerca de dois meses o Oculus Rift, que é um aprimoramento dos óculos comuns e permite aos clientes “caminharem” pelo apartamento.
“Esta é uma tecnologia mais avançada em termos de realidade virtual. Ao invés de reproduzir as imagens estáticas nos smartphones [que são acoplados aos óculos], como nos modelos convencionais, ela as renderiza em um computador de alta performance, o que permite a experiência de se passear por dentro do ambiente 3D”, explicam Beto Facci e Simone Secheto, sócios-proprietários da empresa, que representa a tecnologia no Brasil e na América Latina.
Para isso, é possível se deslocar fisicamente por uma área de 2 a 4 m², de acordo com o tamanho do cabo que liga os óculos ao computador, ou se movimentar virtualmente por meio dos comandos executados em um controle similar ao dos utilizados em videogames.
“Assim, o cliente pode visualizar os ambientes a partir de diferentes ângulos, se agachar para ver detalhes dos acabamentos e até diferenciar texturas”, acrescenta Simone.
Para as construtoras, a tecnologia virtual ainda não substitui por completo as demais ferramentas de apresentação dos projetos, como maquetes, folhetos e apartamentos decorados. “Mas estamos muito próximos de conseguir fazer esta substituição do físico para o virtual sem perda de qualidade”, prevê Fernanda Lemes, do Grupo Thá.

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