A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) entregou no último dia 07 de setembro a segunda etapa das obras de ampliação da rede de esgoto do Litoral. Com isso, mais de 7,5 mil imóveis, localizados nos municípios de Matinhos e Pontal do Paraná, deverão desativar as tradicionais fossas e ligar o esgoto doméstico à rede da companhia, que passará a fazer a coleta e o tratamento dos dejetos.

“Essa era uma obra necessária principalmente em termos de saúde [pública]. Agora não teremos mais problemas como os das fossas que estouravam na temporada das chuvas e faziam com que o esgoto escorresse pelas ruas”, avalia Niuton Santos de Freitas, secretário de Obras da Prefeitura de Pontal do Paraná.

De acordo com a Sanepar, a ligação deve ser feita em até 90 dias após a chamada “visita de adesão”, que ocorre quando o proprietário do imóvel recebe a liberação para ligar o esgoto doméstico à rede. Uma das dificuldades apontadas pela companhia neste sentido é a de comunicar os donos desses imóveis sobre este fato, uma vez que boa parte deles não mora no Litoral.

Em caso de dúvidas sobre se o seu imóvel foi ou será contemplado pela expansão da rede – uma terceira etapa das obras ainda deverá ser executada pela companhia –, os consumidores podem entrar em contato com a Sanepar pelo telefone 0800 200 0115, pelo site ou pelo aplicativo Sanepar Mobile. Também é possível se dirigir a um dos escritórios da companhia em Matinhos (Rua Simone, 138 – Balneário Solimar) ou Pontal do Paraná (PR-412, sala 2 – Balneário Porto Fino).

Além de uma atitude ecologicamente correta, ligar as instalações sanitárias à rede de esgoto da Sanepar evita que o proprietário do imóvel receba multas por continuar utilizando a fossa séptica, o que é proibido pelas autoridades sanitárias. Ligar o esgoto diretamente nos rios ou na galeria de água pluvial (manilha grande de concreto, que recebe a água das chuvas) também é proibido, além de ser considerado crime ambiental.

Para fazer a ligação é necessário mais do que simplesmente levar a tubulação até o encanamento da Sanepar. Uma conexão correta exige, por exemplo, que a caixa de gordura seja instalada no esgoto da cozinha (com tampa móvel para facilitar sua limpeza) e que caixas de passagem sejam construídas a cada 25 m de tubulação, ou cada vez em que os canos mudarem de direção, segundo a Sanepar.

Este sistema, então, é ligado ao chamado Dispositivo Tubular de Inspeção (DTI), localizado à frente do imóvel, do lado de fora do muro. Fechado geralmente por uma peça circular de concreto contendo o símbolo da Sanepar, é ele quem representa a ligação do esgoto do imóvel à rede da companhia, o que faz com que não possa ser lacrado.

“O ideal é que o proprietário do imóvel faça a ligação do esgoto de acordo com o que a Sanepar recomenda. O encanador ou o pedreiro pode ter uma ideia concebida que pode não ser a correta, por isso é necessário que o proprietário acompanhe de perto a execução do serviço de acordo com o que a concessionária determina”, alerta o engenheiro civil Antonio Carlos Nery, diretor da seção paranaense da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.

A Sanepar lembra que o dono do imóvel pode escolher um profissional de confiança para realizar a ligação, mas lembra que treina e habilita diversos pedreiros e encanadores por meio de cursos que promove em parceria com prefeituras e órgãos de ensino nas cidades onde executa as obras de expansão. A lista com os contatos destes profissionais é disponibilizada nas agências de emprego destas cidades.

Após finalizar a ligação do esgoto doméstico à rede da Sanepar, o proprietário deve desativar a fossa séptica. O primeiro passo é contratar uma empresa credenciada junto à companhia para esvaziá-la. Com a fossa limpa, joga-se nela todo o conteúdo de um saco de cal, como forma de fazer sua desinfecção, para então aterrá-la e tampá-la.

Com o esgoto ligado à rede e a fossa desativada, o último passo é entrar em contato com a Sanepar (0800 200 0115) para que ela realize a vistoria final da ligação.