Jovens inovam em feira internacional com móvel feito de açafrão ou em forma de flor

Luan Galani, enviado especial
20/04/2018 22:00
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Salão Satélite da Feira de Milão destaca trabalho de designers jovens mundo afora, com peças inusitadas. Fotos: Luan Galani / Gazeta do Povo

Todo ano o Salão Internacional do Móvel de Milão reserva um espaço – Salão Satélite – para os jovens talentos mostrarem suas criações. A mostra deste ano se dedicou a pensar o design emergente da América Latina e da África, com exposições interativas de vídeo que mostram designers de diversos países dos continentes homenageados contando sobre suas peças e discutindo alguns temas.
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Porém, a presença real de jovens designers desses lugares no espaço foi pequeníssima. O destaque acabou recaindo novamente sobre designers iniciantes da China, do Japão e da Europa.
Entrada do Salão Satélite 2018, que evidenciou, por meio de vídeos, o design emergente de países em desenvolvimento. Foto: Luan Galani / Gazeta do Povo
Entrada do Salão Satélite 2018, que evidenciou, por meio de vídeos, o design emergente de países em desenvolvimento. Foto: Luan Galani / Gazeta do Povo
Segundo Marva Griffin , curadora da exposição do Salão Satélite, a ausência material das peças dos designers e a escolha do vídeo foi para evitar a criação de uma hierarquia ou sobreposição entre os designers, como consta no painel de apresentação da feira.
Apesar da pouca representatividade dos países emergentes na área do design, a mostra manteve sua tradição e compromisso com a inovação. O editor de HAUS Luan Galani, que acompanha a design week de Milão selecionou cinco peças que chamaram atenção dos visitantes.

Mesa Zafferano

A peça reinterpreta um elemento importante da cultura milanesa: o açafrão. Não só utilizando o ingrediente como pigmento, mas integrando partes do açafrão na própria peça, que fica ainda mais rica, com uma textura única. A mesinha também conversa com a linguagem de Memphis, um movimento artístico e de Design de 1980 que nasceu em Milão e prima por formas geométricas coloridas. A assinatura é de Domenico Orefice, que trabalhou também com jovens artesãos.

Satsuma Washi Studio

Luminárias com diversos volumes e de vários tamanhos feitas por Satsuma Washi Studio, encabeçado por Keiko Haraguchi. A designer fez uso de uma tradicional técnica de dobra de papel e introduziu o conhecimento para criar peças de iluminação. As dobraduras delicadas dão vida a itens super ornamentados.

Studio Yumakano

Valorização dos padrões naturais das superfícies metálicas oxidadas (enferrujadas). Por tentativa e erro, o estúdio descobriu uma técnica que consegue transferir somente a ferrugem para a resina acrílica. Os próprios designers criam as ferrugens in natura com pratos metálicos que são expostos ao sol, chuva e outras intempéries. Depois de pronto o material com resina, a luz do ambiente faz sua parte na peça e torna os motivos ainda mais encantadores.

Cadeira Corolla

Inspirada nas formas orgânicas da flore de mesmo nome, a cadeira foi desenvolvida por designers indianos do estúdio Ardete. A estrutura de aço tubular fina confere leveza á cadeira, contrastando com seu tamanho avantajado, que dá impressão de abraçar quem senta. A coleção conta ainda com uma luminária, que segue a mesma linguagem, mas que tem a forma de uma outra parte da flor.

Fruteira Ventilador

Peças geométricas de madeira brasileira que se abrem lembrando o formato e movimento de um ventilador. A criação é de Ricardo Benucci, da Belas Artes (SP).

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